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Draghi defende legado de oito anos à frente do BCE

O presidente do Banco Central Europeu (BCE), Mario Draghi, afirmou-se hoje “orgulhoso” com a forma como o Conselho de Governadores exerceu o seu mandato e disse que a zona euro está melhor agora do que há alguns anos.

“De certa forma, faz parte da nossa herança: nunca desistir”, afirmou na sua última conferência de imprensa como presidente do BCE, cargo que ocupou durante oito anos.

“Se há uma coisa de que estou orgulhoso, é a forma como o Conselho de Governadores e eu próprio sempre cumprimos o nosso mandato. Disto, coletivamente, podemos estar muito, muito orgulhosos”, disse o presidente cessante do BCE.

Mario Draghi marcou o seu mandato como presidente do BCE quando afirmou em julho de 2012, em plena crise da dívida, que faria o que fosse preciso para defender o euro.

A era Draghi no BCE ficou também marcada pelas taxas de juro muito baixas e pela decisão do banco central de lançar, no início de 2015, com a zona euro a enfrentar a ameaça de deflação, um programa alargado de compra de ativos, sobretudo de dívida pública, que contribuiu para estimular a economia e aliviar os juros da dívida nos países do euro, em particular os do sul, com finanças públicas mais frágeis.

O programa de compra de dívida esteve em vigor durante quase três anos e só terminou em dezembro de 2018, tendo o banco central adquirido 2,6 biliões de euros em ativos.

A partir de novembro, o economista italiano cede o lugar a Christine Lagarde, cabendo a esta pôr em prática algumas medidas anunciadas em setembro, quando o BCE decidiu relançar o seu programa de compra de dívida, o que suscitou as críticas dos presidentes dos bancos centrais da Holanda e da Alemanha.

“Todas as instituições têm divergências quando se trata de discutir decisões de política monetária”, afirmou hoje Draghi, minimizando as divergências.

O líder do BCE disse que as medidas de estímulo adotadas pelo banco central permitiram criar cerca de 11 milhões de empregos desde o pico do desemprego na zona euro, em 2013.

Questionado sobre a crise da Grécia, que, em 2011, quando assumiu o cargo levava muitos investidores a especularem sobre o fim do euro, Draghi elogiou os esforços do país e em particular do povo grego para corrigirem a situação das finanças públicas.

“Os principais esforços foram feitos pelos governos e pelos cidadãos gregos, que tiveram que pagar um preço alto”, afirmou. “É um bom momento para a Grécia e, comparando com a situação de há três ou quatro anos, é um bom momento para a Europa, para os países da zona do euro”, considerou.

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