PT Animal

Doze anos de prisão para mulher que matou 37 animais

dalva

A “matadora de animais” de São Paulo, Dalva Lina da Silva, foi condenada a 12 anos de prisão, avança a ANDA. A decisão da juíza Patrícia Álvarez Cruz é elogiada como “histórica” pelos defensores dos animais. Condenada por 37 mortes, a criminosa é suspeita de ter morto mais

Dalva Lina da Silva, mais conhecida como a “matadora de animais” de São Paulo, foi ontem condenada a uma pena de 12 anos, seis meses e 14 dias de prisão, para além de 37 multas, pela morte cruel e dolorosa de 37 animais (cães e gatos).

A sentença é avançada pela ANDA, que garantiu ser “uma decisão inédita” no Brasil.

Indiciada pelos crimes de maus tratos seguido de morte dos animais, a arguida passou a ser também acusada do crime de uso de substância proibida, uma vez que administrou queratina, um produto anestésico de uso exclusivo por veterinários.

As necrópsias dos 37 animais confirmaram que estes morreram de forma lenta, cruel e dolorosa, pois a “matadora de animais” realizava várias injeções de queratina na ânsia de atingir o coração, o que provocou hemorragias internas e anulou o esperado efeito anestésico (até por não saber quais as dosagens específicas a cada animal).

Os cães e os gatos agonizavam durante cerca de meia hora até se esvaírem em sangue.

“O perito que examinou os corpos disse que os animais tiveram taquicardia e ficaram agitados. Eles sentiram agonia e dor por cerca de 20 a 30 minutos até morrerem”, resumiu Vânia Tuglio, promotora do Ministério Público/GECAP – Grupo de Atuação Especial de Combate aos Crimes Ambientais e de Parcelamento do Solo Urbano e colunista da ANDA.

Ainda segundo o perito que realizou as necrópsias, o cadáver de uma cadela apresentava 18 perfurações.

Paulo Cesar Mayorca, professor do departamento de patologia da Faculdade de Medicina Veterinária da Universidade de São Paulo, testemunhou que os animais tinham consciência de que estavam a ser assassinados e que, para realizar os crimes sem ajuda, a arguida teria de amarrar os animais numa posição próxima à crucificação, prendendo as patas traseiras e mantendo as frontais abertas (para expor o peito).

O mesmo perigo negou uma das alegações da defesa, que referiu o “estado terminal” de seis dos 37 animais, garantindo que não havia um único com doença terminal ou qualquer lesão que pudesse comprometer a saúde.

Alguns dos cães e gatos, para além de saudáveis, estavam castrados e prontos para serem colocados para adoção.

Os factos foram analisados pela juíza Patrícia Álvarez Cruz, que na sentença (de 87 páginas) salientou que os cães e os gatos são animais sencientes (capazes de sentirem dor ou prazer).

“Julgo parcialmente procedente a ação para condenar Dalva Lina da Silva (…) à pena de doze anos, seis meses e quatorze dias de detenção, e ao pagamento de quatrocentos e quarenta e quatro dias-multa, (…) como incursa, por trinta e sete vezes, nas penas” de maus tratos e posterior morte de animais, deliberou a magistrada.

“Esta sentença é histórica porque faz justiça ao assassinato de 37 cães e gatos. Ao expedir o mandado de prisão preventiva, a juíza não apenas cumpre a lei, mas resguarda a sociedade de uma pessoa extremamente perigosa”, considerou Vânia Tuglio.

Depois da sentença, vários ativistas da causa animal foram deixar flores e cartazes de homenagem aos animais assassinados em frente da casa de Dalva.

“A ANDA está extremamente feliz em publicar esta notícia que faz justiça a um dos mais bárbaros casos de crueldade animal no Brasil”, salientou a agência, numa nota final: “Parabenizamos a juíza Patrícia Álvarez Cruz por sua consciência e perfeito entendimento nesse caso. Que outros juízes de todo o país tenham essa sentença como base para julgar crimes cometidos contra animais no nosso país”.

Em destaque

Subir