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Donald Trump cancela visita à Dinamarca após recusa de venda da Gronelândia

O Presidente norte-americano, Donald Trump, cancelou hoje uma viagem a Copenhaga prevista para setembro porque o Governo dinamarquês disse não estar disponível para debater uma possível venda da Gronelândia aos Estados Unidos.

Um porta-voz da Casa Branca disse à agência de notícias France Presse que a visita do Presidente dos Estados Unidos à Dinamarca prevista para 02 e 03 de setembro “foi cancelada nesta fase”.

A Casa Real dinamarquesa expressou “surpresa” num comentário escrito enviado à televisão pública e a classe política, por sua vez, também ficou “estupefacta”.

“A realidade transcende a ficção (…) esse homem é imprevisível”, escreveu Martin Østergaard, líder da esquerda radical e membro da maioria parlamentar, na rede social Twitter.

“Sem qualquer motivo, Trump considera que parte do nosso país está à venda e, em seguida, cancela insultuosamente uma visita que todos estavam a preparar.” Será que os Estados Unidos querem vender o Alasca?”, escreveu no Twitter o conservador Rasmus Jarlov.

O Presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, confirmou no domingo as notícias que foram publicadas na semana passada sobre os planos dos Estados Unidos para comprar a Gronelândia admitindo que a “ideia surgiu como conceito” apontado como “estrategicamente interessante”.

Mesmo assim, Trump disse que se tratava de um assunto que não está em primeiro plano.

“A Dinamarca é um país muito especial, com pessoas incríveis, mas, com os comentários do primeiro-ministro Mette Frederiksen de que não teria interesse em discutir a compra da Gronelândia, vou adiar a nossa reunião programada para daqui a duas semanas para outro momento”, disse hoje Donald Trump.

No final da semana passada, a imprensa americana revelou que Donald Trump havia indagado sobre a possibilidade de os Estados Unidos comprarem a Groenlândia, um enorme território autónomo ligado à Dinamarca com cerca de 56.000 habitantes.

Se esta ideia fez inicialmente algumas pessoas sorrirem, esta última recuperação mostra, mais uma vez, a capacidade do 45.º presidente americano de quebrar os códigos da diplomacia tradicional.

No final da semana passada, o ex-empresário de Nova Iorque confirmou o seu interesse pela Gronelândia chamando à imprensa essa possível transação de “grande transação imobiliária”, que seria “estrategicamente interessante”.

O governo regional da Gronelândia já tinha dito que o “país não está à venda” referindo-se “aos rumores” sobre a alegada intenção de compra da ilha com dois milhões de quilómetros quadrados (80 por cento do território está coberto por gelo) e que é habitada por 56 mil pessoas, na maior parte de etnia inuíte.

A Gronelândia tem desde o referendo de 1979 estatuto de autonomia, com competências próprias exceto nas áreas de defesa, política externa e emissão de moeda, entre outras áreas, incluindo a impossibilidade de pedir o direito à autodeterminação.

Durante a ocupação da Dinamarca pela Alemanha nazi na Segunda Guerra Mundial (1939-1945) os Estados Unidos tomaram posições na Gronelândia e após o final do conflito instalaram uma base área militar estrategicamente importante durante a Guerra Fria e que continua ativa.

No passado, os Estados Unidos tentaram várias vezes comprar a maior ilha do mundo, a última vez foi em 1946 através de uma iniciativa do Presidente Truman.

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