A referência aos cinco anos remete para uma alta possibilidade de cura, uma vez que a recaída é pouco provável após este intervalo livre de doença. O IPO-Porto é a primeira instituição a divulgar este tipo de resultados que irão permitir, segundo o presidente do Conselho de Administração, Laranja Pontes, “refletir sobre os tratamentos e metodologias aplicados aos doentes”.
O cancro da tiroide é o que apresenta resultados mais positivos. Cinco anos após o diagnóstico regista-se uma sobrevivência de 96,8 por cento. Seguem-se a doença de Hodgkin (95,3 por cento), o cancro da próstata (94,5 por cento) e o cancro do testículo (90 por cento).
Já as doentes a quem foi diagnosticado um tumor maligno da mama – o cancro mais frequente na mulher – apresentam uma taxa de sobrevivência aos cinco anos de 86,6 por cento. No caso da patologia oncológica nas crianças, o estudo do IPO-Porto permitiu verificar que a leucemia linfóide aguda apresentou uma taxa de sobrevivência de 86,4 por cento, semelhante nos rapazes e nas raparigas.
O IPO-Porto é a primeira instituição oncológica a divulgar as taxas de sobrevivência relativas a mais de 40 tipos de cancro. De uma forma geral, os 10 286 casos analisados foram separados em dois grupos: doentes jovens e adultos (idade igual ou superior a 15 anos) e crianças (menos de 15 anos).
Este estudo permitiu demonstrar que a sobrevivência cinco anos após o diagnóstico de cancro em doentes jovens e adultos, eliminando causas de morte não relacionadas com a doença, foi, em média, de 63 por cento, sendo de 57 por cento nos homens e 70 por cento nas mulheres. Já as crianças apresentaram uma taxa de sobrevivência de 74,6 por cento.
Relativamente aos casos mais problemáticos, a análise realizada pelo IPO-Porto revela que 10,1 por cento doentes com cancro do pâncreas apresentam uma taxa de sobrevida de cinco anos. Seguem-se os casos de fígado (11 por cento), pulmão (13,6 por cento), esófago (15 por cento) e hipofaringe (13,7 por cento).
Na opinião de Laranja Pontes, presidente do Conselho de Administração do IPO-Porto, ”a avaliação dos dados agora publicados vão permitir, além da comparação com os resultados de outras instituições nacionais e internacionais, uma reflexão profunda dos tratamentos e metodologias aplicados aos doentes e, assim, melhorar continuamente a atividade desenvolvida pelo Instituto”.
Este trabalho, que pode ser consultado no site do IPO-Porto (www.ipoporto.min-saude.pt/), vai servir de base a avaliações futuras de evolução da sobrevivência e dos cuidados prestados aos doentes oncológicos, preparando o Instituto para novos desafios na área da oncologia.
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