Os docentes do Ensino do Português no Estrangeiro alertaram Marcelo Rebelo de Sousa para dificuldades e “injustiças” no desempenho da função e discordâncias quanto a regras em vigor desde 2010.
Numa carta aberta enviada ao Presidente da República e divulgada pelo Sindicato dos Professores nas Comunidades Lusíadas (SPCL), sustentam que “os problemas e injustiças com que os professores em Portugal se debatem atingem também os docentes do Ensino Português no Estrangeiro (EPE), aqueles professores que, em vários países da Europa e na África do Sul, ensinam língua e cultura portuguesas aos filhos dos trabalhadores portugueses”.
“Desde 2010, o Camões – Instituto da Cooperação e da Língua, que então assumiu a tutela do EPE, entendeu retirar a possibilidade de aprender e ensinar português como língua materna ou de origem, permitindo unicamente a vertente do português língua estrangeira, com manuais de caráter obrigatório e um processo de certificação destituído de importância real, pois unicamente atesta o nível de conhecimentos dos alunos como estrangeiros aprendentes do português”, referem.
Para o sindicato, “os alunos, em grande maioria, não são estrangeiros”.
“São as crianças e jovens filhos dos trabalhadores portugueses nas comunidades, que se orgulham da sua ascendência, da sua cultura e da sua língua de origem, que não desejam estudar como se fossem estrangeiros, mas sim como portugueses residentes fora do território nacional”, sublinhou o documento.
Para além da “incompreensível imposição de poder apenas aprender português como língua estrangeira”, também à maior parte dos lusodescendentes é “imposto o pagamento da taxa de frequência, ‘a propina’, da qual os alunos estrangeiros, que também frequentam os cursos de português, se encontram isentos”.
“Para os alunos estrangeiros e um reduzido número de portugueses, há aulas gratuitas, com professores remunerados pelo Estado português, mas à maioria dos filhos dos trabalhadores portugueses no estrangeiro é exigido o pagamento da vergonhosa propina, como se fossem indivíduos inferiores, que só pudessem ter as aulas da sua língua a cultura de origem previstas na nossa Constituição após contribuição monetária”, avaliou o sindicato.
De acordo com a nota, perante as críticas SPCL e várias outras entidades sobre esta incrível discriminação, escusam-se geralmente os responsáveis mencionando “acordos” com entidades locais.
“Ex.mo Sr. Presidente, sobre esse assunto apenas há a dizer que tais ‘acordos’ não valem sequer o papel onde estão escritos, pois dão a primazia a estrangeiros em detrimento dos portugueses”, sublinhou o sindicato na carta.
O SPCL diz que aos professores do EPE “a atual tutela cada vez mais nega direitos inerentes a qualquer docente em Portugal”, referindo situações como o ser vedada, a professoras “a recuperação das férias suspensas pela licença de maternidade, sendo obrigadas a fazê-lo durante as interrupções letivas, durante as quais, como é sabido, os professores se encontram ao serviço”.
“Os professores do EPE são também discriminados negativamente no que respeita a um dos seus direitos básicos, nomeadamente o de se poderem candidatar a lugares docentes nas escolas em Portugal. Este é um direito importantíssimo, pois no EPE não existe carreira, sendo as colocações precárias e dependentes do número de alunos, que continua a diminuir sensivelmente”, indicou.
Concluem os docentes que é “esta a situação real. No EPE, os lusodescendentes estão em situação de inferioridade relativamente aos alunos estrangeiros”.
Euro Dreams Resultados Portugal: A mais recente chave do EuroDreams é revelada hoje. Conheça os…
Leonardo da Vinci recorda-se a 2 de maio, dia da morte do maior génio da…
O relatório Threat Landscape Report, da S21sec, garante que os atacantes adaptaram as suas técnicas…
Conheça os resultados do sorteio do Euromilhões. Veja os números do Euromilhões de 30 de…
Joana Bento Rodrigues - Ortopedista /Membro da Direção da SPOT A modalidade de Pilates foi…
A propósito do Dia do Trabalhador conheça os maiores erros de ética empresarial Quando os…