Luís Filipe Menezes, presidente da Câmara Municipal de Gaia, apelidou de “discurso doentio” considerar-se que as culpas dos problemas de desenvolvimento do norte residem na centralização de Lisboa. “Esse discurso de quem diz ‘a culpa é de Lisboa’ é um pouco doentio”, afirmou Menezes.
Luís Filipe Menezes apelida de “discurso doentio” o facto de se culpar Lisboa e a centralização na capital pelos constrangimentos do norte do País. O autarca de Gaia, que se assume como um defensor acérrimo do norte, tinha uma destinatário nestas acusações: Rui Rio, presidente da Câmara Municipal do Porto.
Rio criticou recentemente o primeiro-ministro de cometer injustiças, nas políticas de fechos de serviços de urgência e centros de saúde, por exemplo, com prejuízo para o Porto e interior norte, sem que notícias do género dessem realce a iguais cortes em Lisboa.
“Olhando para o panorama nacional, não é correto vermos serviços a encerrar no interior e não haver o mesmo tipo de notícias relativamente aos grandes serviços concentrados na capital”, afirmara Rio.
O também social-democrata Menezes tem uma visão oposta e coloca-se ao lado de Passos Coelho, mas demarca-se de Rui Rio, numa posição eventualmente estratégica, tendo em vista a disputa política dos dois autarcas, com sinais de que Luís Filipe Menezes pretende candidatar-se à liderança da Câmara do Porto.
“É preciso sensibilidade em relação aos problemas do interior e do norte, mas eu acho que o norte precisa de quem pense no norte, que pode fazer muito por Portugal”, disse Menezes, citado pelo Jornal de Notícias.
O líder do município de Gaia aproveitou ainda para lançar mais achas para uma fogueira que o separa de Rio. Menezes recorda os tempos em que presidia ao PSD e que lutou em defesa do norte, quando o PS estava no poder. E sustenta que “não sentiu solidariedade” dentro do PSD, nesta sua missão.
O autarca do PSD esteve hoje presente na cerimónia de entrega de um veículo aos Bombeiros Sapadores de Gaia, viatura que prestará auxílio em missões de salvamento e de desencarceramento.
