Economia

Divórcio empresarial: eBay e PayPal separam-se no próximo ano

ebay 210 Há 12 anos, o eBay comprava o PayPal. No próximo ano, o serviço de pagamentos ‘sai de casa’, transformando-se numa empresa de capital aberto. Será o triunfo final de Carl C. Icahn, o empresário que sempre lutou pelo ‘divórcio’ entre os dois poderosos sites.

Em 2002, aquele que já se afirmava como o maior site de comércio comprava o serviço de pagamentos online que se tornaria dominante. No próximo ano, eBay e PayPal vão separar-se e seguir caminhos diferentes.

O ‘divórcio empresarial’ deverá ser consumado no segundo semestre de 2015, coincidindo com a saída do presidente executivo do eBay, John Donahoe.

Donahoe tinha sido o rosto visível da oposição a Carl C. Icahn, o magnata que há nove meses comprou parte do eBay e defendeu publicamente a separação entre os sites de comércio e de pagamentos.

Na resposta, Donahoe assumiu a crença de que uma empresa só seria mais valiosa para os acionistas do que a divisão: “acreditamos que a melhor maneira de conduzir um valor de longo prazo para os acionistas é manter o eBay e o PayPal juntos”.

Com o tempo, Donahoe veio a admitir que o grupo estava a seguir a estratégia definida pelo empresário, garantindo ser “um processo deliberado” e não uma cedência às pressões de Icahn.

O magnata acabou por suavizar nas exigências, defendendo que um quinto do PayPal deveria ser colocado em bolsa, partilhando a responsabilidade pela gestão do serviço de pagamentos e permitindo à administração do grupo focar-se no eBay.

A separação revela que Carl C. Icahn ganhou o braço de ferro com a administração, mas não esconde o contexto em que surge o anúncio: surgiu uma concorrência que pode tonar-se relevante, o Apple Pay, e a Alibaba lançou uma oferta pública inicial.

Segundo John Donahoe, a administração do eBay permitiu “um ritmo de mudança acelerado nos últimos seis meses” que permitiu ao PayPal assegurar a entrada de Daniel H. Schulman, o gesto da American Express que vai ser o presidente executivo da futura empresa.

A união do eBay com o PayPal nunca foi consensual no mercado. Há especialistas que argumentam com o valor criado pela conjugação dos serviços, mas há analistas que lembram a fuga de gigantes, como a Amazon, a um serviço de pagamentos gerido por um líder de mercado no comércio eletrónico.

As contas mostram que, só no ano passado, o PayPal foi responsável por cerca de 41 por cento da receita líquida do eBay.

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