O polémico acesso aos arquivos telefónicos por parte dos serviços de inteligência dos EUA é defendido pelo diretor nacional James Clapper. O responsável sustenta que a lei o permite, em nome da defesa do país.
James Clapper, que ocupa o cargo de diretor nacional dos serviços de Inteligência dos EUA mostrou-se a favor do acesso a arquivos telefónicos por parte dos serviços de segurança norte-americanos.
Em causa está o polémico pedido a uma operadora, que forneceu todos os dados telefónicos de milhões de norte-americanos. Algumas empresas também estão debaixo de olho dos serviços de segurança e vigilância, para combater ameaças externas.
Através de um comunicado, James Clapper salientou que a lei FISA – que permite o acesso a essa informação privada – explica que os fins justificam os meios e que só um restrito número de profissionais tem acesso a esses dados, em nome da segurança dos EUA.
“A informação de inteligência externa recolhida com base neste programa é uma das mais importantes e valiosas ferramentas. Tem como único objetivo proteger a nossa nação de uma grande variedade de ameaças”, salienta a nota do diretor dos serviços de inteligência.
Este comunicado surge após uma ordem dos serviços secretos dos EUA, que levou a operadora telefónica Verizon a ceder Agência Nacional de Segurança dos Estados Unidos diversos dados sobre registos telefónicos diários, que deixam milhões de cidadãos vulneráveis, sem privacidade.
Trata-se de uma ordem judicial do Departamento de Estado da administração de Barack Obama, assinada pelo juiz Roger Vinson. Nesse documento, é pedido que a operadora ceda, todos os dias, dados telefónicos de todos os seus clientes.
Os registos são posteriormente colocados à disposição dos serviços secretos. A ordem judicial tem rubrica de 24 de abril e está a vigorar, até ao dia 19 de julho.