Motores

Diretor do Dakar anuncia “dunas a perder de vista”

David Castera, que se deslocou a Portugal para apresentar o próximo Rali de Marrocos, fez saber que a próxima edição do ‘Dakar’ terá “dunas a perder de vista”.

O novo responsável pela prova ‘rainha’ do todo-o-terreno mundial, sucedendo a Étienne Lavigne, adiantou que “o Rali Dakar é um nómada”, para justificar a saída da América do Sul para a Arábia Saudita.

“A ideia do Dakar é a descoberta, a aventura. Tivemos dois capítulos, a África (entre 1979 e 2007) e a América do Sul (2009 a 2019). Hoje vamos escrever o terceiro capítulo no Médio Oriente. A oportunidade de um novo deserto é extraordinário. Descobrir novos locais. É o aguardado por toda a gente”, refere Castera.

O antigo piloto de motos e agora novo ‘timoneiro’ da prova de todo-o-terreno mais conhecida do mundo garante qualidade no percurso aos apaixonados pelo evento: “Já vi dunas a perder de vista. Há até demasiadas. De seguida percursos juntos ao Mar Vermelho, com a vantagem de ter montanhas e rochedos ali ao lado. Haverá também muitos vales. Acredito que há uma oportunidade enorme de jogar na navegação. Será um ‘rally-raid’ com uma volta completa à Arábia Saudita. Todos os ingredientes estão lá”.

“Relativamente ao tamanho não haverá preocupações, pois é um país quatro vezes maior do que a França e quase desértico, pelo que é possível passar muito tempo sem ver ninguém”, refere também David Castera, que ‘pisca o olho’ ao Abu Dhabi e ao Dubai. “Os estados vizinhos poderão ser adicionados aos poucos”.

Em Almancil, o francês aproveitou a Baja de Loulé para apresentar o Rali de Marrocos, prova da Taça do Mundo FIA de Todo-o-Terreno – a disputar entre 3 e 9 de outubro –, uma prova que se pretende ainda mais atrativa que em edições anteriores, com setores seletivos mais curtos, pensados para a Enduro Cup, SSV e automóveis Open.

Já relativamente a realizar esta apresentação em Portugal, Castera justifica-a pelo facto de no passado ter tido “a participação de bastantes pilotos portugueses que gostaram do formato que” preparou para o rali e ao qual quer dar continuidade.

“Temos uma prova em que, por um lado, faz parte da Taça do Mundo FIA e do Campeonato do Mundo FIM, mas por outro existe também uma grande preocupação em cativar os amadores para uma prova que dê prazer, mas com custos relativamente reduzidos e que permita o convívio com os grandes nomes e equipas da modalidade. Para este ano vamos ter como novidade um ‘bivouac’ sem hotéis durante os três dias correspondentes à segunda, terceira e quarta etapas sendo que a partida e chegada continuará a ser em Fez”, reitera o gaulês, gestor da OCD Events.

David Castera garante também: “Vamos também ter um pouco menos de quilómetros por etapa para os amadores do que para os profissionais. O objetivo é que possam ter mais tempo livre e danificarem menos as suas máquinas. Outra mudança que vamos fazer é fornecer em duas etapas um ‘road book’ já preparado, como os navegadores o costumam fazer, mas que será entregue apenas 15 minutos antes da partida”.

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