Desporto

Diretor-adjunto do Expresso manda reservar o Marquês para o seu Sporting

Nicolau Santos é jornalista e diretor-adjunto do jornal Expresso e na sua mais recente crónica de opinião, em forma de carta ao diretor de comunicação dos leões, admite o seu sportinguismo. O texto está a gerar polémica nas redes sociais, sobretudo entre os adeptos do Benfica.

“Está feito, grande Nuno! Manda reservar o Marquês! Estamos a caminho!”, pode ler-se no texto assinado por Nicolau Santos na Tribuna do Expresso, destacando também o papel de Jorge Jesus.

“Ainda agora começou o campeonato mas já se vê que temos equipa para sermos campeões. Melhor, vamos ser campeões, ponto final. Todos juntos conseguiremos esse objetivo”, escreveu logo no começo do texto.

Além de diretor-adjunto do Expresso, Nicolau Santos é também comentador de assuntos económicos na rádio pública Antena1.

Veja o texto na íntegra:

“Caro Nuno Saraiva,

Depois da nossa recente troca de pontos de vista, escrevo-te para reconhecer que tens toda a razão. Ainda agora começou o campeonato mas já se vê que temos equipa para sermos campeões. Melhor, vamos ser campeões, ponto final. Todos juntos conseguiremos esse objetivo.E o fundamental para alcançar o troféu é termos um treinador como Jorge Jesus, com provas dadas há muitos e muitos anos, sobretudo em matéria de invenções. Ricardo Soares, treinador do Aves, que na época passada enquanto treinador do Chaves nos eliminou para a Taça de Portugal e nos voltou a roubar pontos no último suspiro do jogo em casa deles para o campeonato, pensava que eram favas contadas e que nos ia depenar de novo. Deve ter visto todos os jogos da pré-época do Sporting e idealizou a tática com base nessas observações.

Mas Jorge Jesus, escaldado como estava da época passada, disse para os seus botões: “Espera aí que já te tramo”. E zás, colocou a jogar uma equipa que nunca tinha jogado na pré-época. Ou melhor, parte da equipa. Podence, que era dado como titularíssimo, para jogar nas costas de Bas Dost, ficou no banco. Bruno Fernandes, que era dado como titularíssimo mas com Adrien no banco, jogou com Adrien, mas numa posição que nunca Jesus tinha testado na pré-época. E assim foi como se o Sporting desta vez não começasse só com dez: desta vez foi mesmo com nove, porque Bas Dost e Bruno Fernandes pareciam peixes fora de água.

Mas tudo isto foi mais uma jogada genial de Jesus: ai pensam que é o Bas Dost que marca? Pois então tomem lá o Gelson. E para provar que esta tática foi genial, tomem lá o Gelson em dose dupla: não um, mas dois golos. Pelo meio, fizemos aquele jogo assim para o entediante para ver se os rapazes do Aves se distraíam. E não é que se distraíram mesmo? Duas vezes. Foi o que bastou.

Portanto, temos que o nosso Houdini das táticas deu um banho ao Ricardo Soares. E o certo, certo é que já vamos na frente do campeonato, depois de termos passado esta perigosíssima deslocação contra o poderoso Desportivo das Aves. Agora estou muito expectante para o próximo jogo que penso que é contra o Setúbal. Suspeito que vai jogar o Bruno César a defesa direito (ele é sempre muito feliz com o Setúbal), o Doumbia ao meio e o Iuri Medeiros, se ainda não foi despachado, à esquerda. O José Couceiro que se cuide. Quando der por ela já está a perder por dois.

Finalmente, um grande bem haja para a nossa defesa que não sofreu golos. O Piccini é um portento de segurança na direita. E que belas jogadas de ataque que fez! Vai lá, o homem, vai lá! No meio, a coisa estava tão sensaborona, que o Coates deixou fugir um jogador do Chaves, que felizmente rematou contra o Patrício. Mas foi só para o animar. O Coates quando quer mete o turbo e parece o Usain Bolt. E o Mathieu, senhores, o Mathieu? Aquilo é que é técnica, velocidade, rapidez de raciocínio, rins flexíveis! Vai dar-nos muitas alegrias! E até marca livres! Que bem que os marca!

É verdade que o Jesus só o deixou marcar um, mas é para surpreender os adversários, de certeza. Quando quis marcar outro, Jesus disse que era o Adrien e quase dava golo. O Coentrão é que me tem calado. A sério. Está de regresso o velho Coentrão e já fez coisas bem interessantes.

Ah, desta vez não foi preciso vídeo-árbitro. Ganhámos mesmo sem o VAR. Foi só preciso inventar uma tática nova. Ou uma equipa que nunca tinha jogado assim. Ou colocar o Bas Dost e o Bruno Fernandes sem bola que é para eles saberem que a vida não é fácil. Grande Jesus!

Está feito, grande Nuno! Manda reservar o Marquês! Estamos a caminho!”

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