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“Direita tribal tem esperança em Moedas como homem de Passos contra Rio”

José Pacheco Pereira, em tempos uma figura influente do PSD, alertou para o excesso de euforia que a candidatura de Carlos Moedas à Câmara de Lisboa tem vindo a criar na “direita tribal”.

Com a entrada em cena de novos partidos à direita, o PSD tem vivido uma forte agitação interna, debatendo eventuais coligações ou linhas vermelhas.

E é nessa lógica de contestação interna que parece surgir a candidatura de Carlos Moedas, o interlocutor de Portugal com a troika no momento em que o país e o próprio PSD eram liderados por Pedro Passos Coelhos.

Pacheco Pereira não tem dúvidas: há quem, dentro do partido, acredite que a candidatura de Moedas à Câmara de Lisboa é um primeiro passo para o futuro regresso de Passos Coelho, fazendo cair Rui Rio.

“Por que razão a direita tribal apoia tão entusiasmadamente Moedas? Porque tem a esperança em Moedas como homem de Passos contra Rio”, sustentou o historiador.

Para ser “um bom candidato” à Câmara de Lisboa, Carlos Moedas terá de fazer uma campanha “social”, abordando problemas que “não são habituais no discurso tribal da direita”.

“É por isso que, mesmo no contexto da radicalização actualmente existente, por razões oportunistas, não vai haver grande alarido na tribo com o ‘socialismo’ da campanha”, antecipou o ex-dirigente do PSD, num artigo de opinião publicado pela revista Sábado.

Dentro desta lógica, a Iniciativa Liberal afastou-se do PSD e anunciou um candidato próprio à Câmara de Lisboa (que, dias depois, renunciou, devido a problemas pessoais).

“Foi isso que a Iniciativa Liberal percebeu, que tinha que fazer uma opção entre o discurso ideológico do seu liberalismo ou permanecer na tribo da direita, como mais uma tribo dentro da tribo. Escolheu o primeiro, numa avaliação eventualmente optimista de que conseguia assim manter o eleitorado, mesmo num confronto tribal em que a mobilização vai ser feita pela identidade e não pelas ideias”, finalizou Pacheco Pereira.

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