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Direção-Geral da Saúde: Cuidados paliativos têm 190 camas para 3000 pacientes

cuidados_paliativosÉ a realidade dos cuidados paliativos anunciada pela Direção-Geral da Saúde (DGS): faltam camas para os doentes que necessitam daqueles cuidados, o que obriga a que os pacientes tenham de ser internados em serviços que não estão preparados.

A DGS lançou o alerta para a falta de camas que sirvam os cuidados paliativos nas unidades de saúde em Portugal. Há centenas de doentes que necessitam de internamento nos paliativos, mas que estão internados em camas que não são adequadas e que estão noutros serviços.

Em Portugal, existem apenas 190 camas preparadas para os cuidados paliativos, que estão ao serviço de um universo que ronda os 3000 pacientes, de acordo com uma análise daquele organismo.

Segundo o diretor do departamento da Qualidade na Saúde da DGS, a carência de camas é extrema. Alexandre Diniz fez o alerta durante uma discussão na especialidade de um projeto-lei que o CDS-PP defende, que tem como objetivo suprimir esta lacuna, precisamente com a criação de uma rede de cuidados paliativos em Portugal.

Alexandre Diniz considera que é necessário que o Serviço Nacional de Saúde possa corrigir este problema, até porque há casos de doentes que estão a ser sujeitos a cuidados paliativos em camas de internamento que não estão preparadas para os pacientes.

Por outro lado, estas carências nos paliativos estão a chamar a si uma quantidade de camas de outros serviços, que também já estão limitados, com mais doentes do que a sua capacidade.

Esta realidade leva a que os pacientes que estejam a receber paliativos tenham cuidados desadequados, sem pessoal formado para este tipo específico de serviço e sem sensibilização para a realidade do doente. Alexandre Diniz considera que faltam meios, mas, ao mesmo tempo, pessoal com perfil para prestar cuidados paliativos nas unidades de saúde.

Dada a realidade nacional, o diretor do departamento da Qualidade na Saúde da DGS manifesta-se a favor do projeto-lei do CDS, que tem como finalidade dotar a rede de cuidados paliativos de autonomia.

Por outro lado, segundo sustenta Alexandre Diniz, integrar os continuados e paliativos numa única plataforma não é a solução adequada à realidade nacional.

“É necessária uma rede que faça a gestão dos grupos e o planeamento estratégico. Essa rede não pode ter burocracia, nem uma estrutura orgânica pesada”, revelou Alexandre Diniz ao Diário de Notícias.

Os cuidados paliativos devem proporcionar um mínimo de condições, mesmo nos doentes em que a cura não é possível. E os hospitais do SNS têm um longo caminho a percorrer para solucionar um problema grave.

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