Os números são assustadores. A cada dia de 2013 surgiam 160 novos casos de diabetes. Mais de um milhão de portugueses estará doente e quase metade nem sequer sabe que é diabético. Os dados constam no relatório mais recente do Observatório Nacional de Diabetes.

Mais de um milhão de diabéticos. Os dados constantes no relatório ‘Diabetes: Factos e Números’, publicado pelo Observatório Nacional de Diabetes (OND), são assustadores.

Em 2013, segundo a organização, a taxa de prevalência estimada da doença era de 13 por cento: em 7,8 milhões de pessoas (com idade entre os 20 e os 79 anos), mais de um milhão tem diabetes.

Mais assustador ainda é que quase metade dessas pessoas (44 por cento) nem sequer foi diagnosticada.

O OND refere ainda que 4 por cento da população entre os 20 e os 79 anos já tem diabetes ou pré-diabetes, uma doença que representou, no ano passado, um quarto da mortalidade registada nos hospitais do Serviço Nacional de Saúde (SNS).

Na população mais jovem (até aos 14 anos), os novos casos diários de diabetes tipo 1 subiram para os 18,2 por cada 100 mil.

A esmagadora maioria (90 por cento) dos diabéticos apresentaram também excesso de peso (49,2 por cento) ou obesidade (39,6 por cento).

Assim, segundo o OND, a prevalência da doença em pessoas obesas é cerca de quatro vezes superior à das pessoas com um índice de massa corporal adequado.

Nos hospitais do SNS, os internamentos provocados pela diabetes subiram 40 por cento quando comparados com os últimos cinco anos.

Embora a mortalidade intra-hospitalar nas pessoas com diabetes tenha diminuído, a doença ainda foi responsável por 11.679 óbitos em 2013, um quarto do total.

Foram, ainda assim, internamentos mais curtos: face à última década, o OND registou uma diminuição superior a 20 mil dias de internamento.

A explicação poderá estar no aumento dos atendimentos na Rede de Cuidados de Saúde Primários, que ganhou 62 mil utentes diabéticos face a 2012.

A doença representa ainda oito por cento das consultas nos cuidados primários em 2013, acima dos seis por cento registados em 2011.