O Observatório Nacional da Diabetes apresenta hoje o relatório anual, mas alguns dados já são conhecidos. Num país onde dois milhões estão em risco de desenvolver a doença são feitos 150 diagnósticos por dia, o que dá uma média de 54 mil novos casos por ano.

O relatório anual ‘Diabetes: Factos e Números’ é hoje apresentado, em Lisboa, pelo Observatório Nacional da Diabetes, mas alguns números já revelados demonstram que a doença ainda é motivo para forte preocupação.

As estatísticas mostram que há dois milhões de pessoas em risco de pré-diabetes, sendo grande a possibilidade de virem a desenvolver a doença.

O número de novos casos diagnosticados, 54.167, permitiu estabelecer uma média de 150 n novos casos por dia.

A diabetes, uma doença crónica que origina várias complicações, tem também um impacto brutal ao nível financeiro.

O mesmo relatório demonstra que o Serviço Nacional de Saúde tem uma despesa, relativa a tratamentos e internamentos hospitalares, que ronda entre os 1300 e os 1550 milhões de euros.

“As pessoas com diabetes perdem mais anos de vida”, consta no relatório: “Em 2013, apontava-se para uma perda de oito anos de vida por cada óbito na população com idade inferior a 70 anos. Em 2014, o número de anos perdidos sobe para nove”.

Mas também há números que permitem tirar ilações positivas. O relatório anual mostra uma descida das amputações provocadas pela diabetes.

“Em 2014, houve 1385 amputações dos membros inferiores, quase menos 200 do que no ano anterior”, salientou José Manuel Boavida, diretor do Programa Nacional para a Diabetes, elogiando “o papel dos enfermeiros nesta área”.

Em Portugal, há 1,1 milhão de doentes com diabetes. Porém, aponta o relatório anual, 40 por cento desta população não sabe que está doente.

A prevenção “tem de ir para além dos serviços de saúde”, frisou José Manuel Boavida: “Quase 70 a 80 por cento dos casos podem ser evitados”.

Também conhecida por ‘doença silenciosa’, a diabetes ‘aproveita-se’ dos estilos de vida das sociedades industrializadas e de fatores como o sedentarismo e a obesidade.