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DGS explica “pseudossurtos” de cancro em localidades nortenhas

O crescente número de casos de cancro na aldeia de Toutosa, na freguesia de Santo Isidoro e Livração (Marco de Canaveses), e na freguesia de Árvore, em Vila do Conde, fez levantar a suspeita de um surto oncológico nessas localidades.

Não há motivo para alarme, garante a Direção Geral de Saúde (DGS). São situações de “pseudossurtos”, explicadas pela autoridade de saúde num relatório hoje apresentando.

A DGS salienta que a prevalência do cancro tem vindo a aumentar em todo o país, como acontece genericamente por todo o mundo ocidental, e a atenção da sociedade à doença também, dando origem a estes “pseudossurtos”.

No caso da aldeia de Toutosa, a Junta de Santo Isidoro e Livração avançou que o cancro teria atingido 20 por cento da população. Nas contas da DGS, a prevalência está dentro dos parâmetros esperados.

Entre 2008 e 2012, foram diagnosticados 42 casos de cancro, sem qualquer tipo particular de predominância. Uma incidência que ficou abaixo dos 45 a 50 casos estimados, atendendo à dimensão da população e às faixas etárias.

Também a mortalidade ficou abaixo do avaliado: morreram 15 pessoas de cancro entre 2014 e 2016, quando pela estatística o número podia chegar aos 16.

“Concluímos assim, e com base nos registos de incidência e de mortalidade, não haver motivos para qualquer suspeição de aumento do numero de novos casos de cancro, ou de mortalidade associado, nesta freguesia”, explicou a DGS.

Em Árvore, os casos de tumor maligno são semelhantes aos registados nas outras freguesias de Vila do Conde.

Há, porém um maior predomínio do cancro de estômago face à média nacional, que os especialistas acreditam ter relação com a alimentação, em especial o consumo de fumeiro, que tem estado na mira dos investigadores em anos mais recentes.

Nas estimativas da DGS, eram de esperar 41 óbitos por neoplasia maligna na freguesia de Árvore entre 2014 e 2016: morreram 23.

“Os alarmes sociais de eventual aumento da incidência de cancro têm sido mais frequentes nos últimos anos”, salientou a DGS, que destacou ser um sinal positivo da maior preocupação da sociedade perante o cancro.

A doença “vai-se tornando mais visível socialmente” e, nas localidades com populações mais reduzidas, “a partilha de dados de saúde é também mais comum, sendo mais pública a doença”, concluiu a DGS.

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