Incêndio de grandes proporções em Santo Tirso provocou a morte de dezenas de animais, que morreram carbonizados. Muitos populares, Organizações Não Governamentais e associações de proteção animal quiseram prestar apoio, mas foram impedidas. O cenário de morte provocou uma onda de consternação e indignação. Há um movimento popular intenso, louvável, graças ao qual está a ser possível salvar muitos animais. A GNR já reagiu em comunicado.
Um incêndio de grandes proporções em Santo Tirso, no distrito do Porto, atingiu dois abrigos de animais e provocou a morte de dezenas de animais, carbonizados.
Muitos populares, Organizações Não Governamentais e associações de proteção animal quiseram prestar apoio, mas foram travadas, em virtude da legislação, que o PAN pretende que seja mudada.
Na sua página oficial da rede social Facebook, o partido refere que está a acompanhar a situação no local e acusa as autoridades de estarem a dificultar a retirada dos animais ainda com vida dos abrigos, “alegando tratar-se de propriedade privada”, e informa que “foi já solicitada, com caráter de urgência, a emissão de mandado judicial que permita o acesso aos abrigos e a apreensão cautelar dos animais”.
As pessoas que se prontificaram de imediato “a prestar todo o auxílio necessário” foram “barradas tanto pela Câmara Municipal e respetivo veterinário municipal, como pelas proprietárias dos abrigos”.
O partido Pessoas-Animais-Natureza defendeu que a Lei de Proteção dos Animais é clara quanto ao socorro de animais doentes, feridos ou em perigo.
“A violação deste dever de cuidado e socorro pode, inclusivamente, fazer incorrer no crime contra animais de companhia, se da omissão de auxílio resultar sofrimento injustificável ou até a morte dos animais, como está a ser o caso”, refere.
No entanto, o partido reconhece que o ordenamento jurídico português “apesar de reconhecer que os animais são seres vivos dotados de sensibilidade, não inclui ainda os animais nos planos de proteção civil”.
“Não desistiremos de apurar responsabilidades e de garantir que sejam prestados os devidos cuidados aos animais ainda sobreviventes”, asseguram.
A GNR já reagiu, em comunicado:
“A Guarda Nacional Republicana esclarece que, na sequência do incêndio que se iniciou ontem, dia 18 de julho, numa zona florestal da Freguesia de Sobrado, Valongo, e que se propagou para a freguesia de Agrela, Santo Tirso, foi consumido parte de um terreno, no qual se encontravam diversas instalações com cães”, refere aquela autoridade, num comunicado.
Enquanto o incêndio deflagrava, ainda durante a tarde, “a ação da GNR foi essencial para permitir que tivessem sido resgatados, com vida, a maior parte dos cães”.
“Lamentavelmente, a dimensão do fogo e a grande concentração de animais naquele local, impediram que tivesse sido possível resgatar todos os animais com vida, tendo sido recuperados alguns já sem vida”, revela aquela autoridade.
Os bombeiros “combateram o incêndio, conseguindo evitar que o espaço ardesse todo, havendo condições para que os restantes animais permanecessem no local até que se resolvesse a situação, sendo retirados apenas os animais feridos, por indicação do veterinário municipal”.
Mais tarde, já durante a fase de rescaldo do incêndio, durante a madrugada, diversos populares pretenderam aceder ao terreno, “situação para a qual a Guarda foi alertada pela proprietária do terreno”.
“Pelo facto de, àquela hora, já não existir urgência, uma vez que a situação estava já a ser tratada pelas entidades competentes e por se tratar de propriedade privada, os militares da Guarda impediram os populares de aceder ao espaço”, explica a GNR.
Assim, “é importante salientar que as consequências trágicas deste fogo não tiveram qualquer correspondência com o facto da Guarda ter impedido o acesso ao local por parte dos populares”.
Estima-se que pelo menos 50 animais tenham morrido carbonizados. Outros foram resgatados com vida, mas “exaustos” e com ferimentos.
Há um movimento popular intenso, louvável, graças ao qual está a ser possível salvar muitos animais.
Os cães necessitam de alimentação, tratamento veterinário e, posteriormente, um novo abrigo.
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