“Dever geral de recolhimento mantém-se”, alerta António Costa
Primeiro-ministro faz ressalva, no anúncio da terceira fase de desconfinamento. Apesar das medidas de alívio, “as pessoas devem ter contenção na circulação e contenção nos contactos sociais”.
O primeiro-ministro, António Costa, anunciou que “na generalidade do território nacional” vai ser possível a partir da próxima segunda-feira entrar na próxima fase do desconfinamento.
“Neste momento, encontramo-nos já num quadrante amarelo – embora ainda muito próximo do verde – e, portanto, consideramos, tal como têm considerado os especialistas, que estamos em condições de dar o próximo passo e na generalidade do território nacional podermos a partir da próxima segunda-feira entrar na próxima fase do desconfinamento”, anunciou o primeiro-ministro, depois do Conselho de Ministros de hoje.
No entanto, mantém-se uma regra que vigora desde o início da pandemia: o dever de recolhimento.
“O dever geral de recolhimento mantém-se. As pessoas devem ter contenção na circulação, a contenção nos contactos sociais. Temos hoje uma taxa de incidência baixa, mas temo-la porque os portugueses a conquistaram, com medidas de confinamento muito doloroso”, lembra António Costa.
“A única forma de manter esta taxa de incidência baixa é manter os comportamentos adequados a esta situação. Sempre que pudermos ficar em casa, devemos ficar em casa. Sempre que pudermos evitar contactos sociais, devemos evitá-los, para impedir que a pandemia cresça”, avisou ainda António Costa.
António Costa, reconheceu que o índice de transmissibilidade (Rt) da covid-19 teve uma evolução negativa desde o início do processo de desconfinamento, em março, e que se aproxima do “lado perigoso” da matriz de avaliação.
“O ritmo de transmissão, infelizmente, não tem tido uma boa evolução. Tínhamos um R de 0,78 em 09 de março e hoje estamos em 1,05. Estamos a dirigir-nos para o lado perigoso desta matriz”, afirmou o chefe do governo em conferência de imprensa após o Conselho de Ministros que decidiu o avanço para a próxima fase do desconfinamento.
António Costa enalteceu o comportamento da outra variável relevante para a avaliação da situação da pandemia em Portugal, a taxa de incidência de novos casos por 100 mil habitantes a 14 dias.
“A evolução que tivemos é uma evolução claramente positiva, tendo passado de uma incidência de mais de 118 casos por 100 mil habitantes a 14 dias para uma taxa de incidência de 69 casos por 100 mil habitantes a 14 dias. Portanto, uma clara redução no bom sentido da taxa de incidência”, sublinhou.