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Detido na capital cabo-verdiana perigoso líder de grupo criminoso

A Polícia Nacional de Cabo Verde anunciou hoje a detenção de um “indivíduo bastante perigoso”, suspeito de liderar um grupo criminoso que atuava a partir de um bairro da cidade da Praia, realizando roubos e assaltos à mão armada.

O homem foi detido na sexta-feira e, segundo um comunicado da Polícia Nacional, já estava “referenciado”, sendo “reincidente na prática de crimes”, encontrando-se mesmo com Termo de Identidade e Residência (TIR), devido a outros processos.

Segundo a Polícia Nacional, “pratica roubo e assaltos ao amanhecer contra as pessoas que vão trabalhar e a estudantes”, tendo sido “encontrado na posse de uma arma de fogo sem qualquer licença e em situação suspeita”.

Está indiciado pela prática de roubos, assaltos à mão armada e “brigas de grupos” nas zonas de Castelão, Achadinha Pires, Lém Cachorro e Paiol, na capital cabo-verdiana.

A polícia explica ainda que, numa megaoperação realizada no domingo na Praia – que culminou com 18 detidos, dos quais nove ficaram em prisão preventiva por ordem do tribunal, por crimes idênticos -, a sua residência já tinha sido alvo de buscas, embora não tivesse sido encontrado.

Após apresentação a primeiro interrogatório judicial, o suspeito ficou a aguardar julgamento em prisão preventiva.

O ministro da Administração Interna de Cabo Verde, Paulo Rocha, considerou na quarta-feira, em entrevista à Lusa, que algum “mediatismo” e “exploração política” estão a aumentar o sentimento de insegurança da população, além do pico de ocorrências nas últimas semanas na Praia, nomeadamente homicídios e assaltos com armas de fogo.

Segundo o governante, Cabo Verde contabiliza desde o início do ano 31 homicídios, contra os 37 em todo o ano de 2018 e 38 no ano anterior. Do total de homicídios registados em Cabo Verde em 2019, mais de metade (17) aconteceram na Praia, contra as 11 ocorrências de 2018.

“Muitos desses casos resultam de situações corriqueiras. Há casos ligados à criminalidade mais grave, mas temos situações que resultam de brigas, brigas de bar, situações fúteis que acabam por descambar em morte”, afirmou.

Ainda assim, recorda que a capital cabo-verdiana registou em 2013 um total de 26 homicídios, número que subiu para 34 no ano seguinte, descendo em 2015 para 25.

“Vive-se neste momento um pico na cidade da Praia, temos que reconhecer. A cidade da Praia neste momento foge daquilo que é o mapa nacional”, afirmou.

Números que Paulo Rocha afirma comprovarem que o problema, além do pico na capital, está relacionado com o sentimento de insegurança da população, após uma sequência de casos violentos desde outubro, desde homicídios a assaltos com armas de fogo, na ilha de Santiago, e sobretudo na cidade da Praia.

“O mediatismo e até alguma exploração política, alguma propaganda política, contribuiu para exasperar esse sentimento de receio, de medo, no seio das pessoas. Há um esforço também no sentido de fazer com que o medo se propague e que as pessoas não se sintam em segurança”, apontou.

O ministro garantiu que este “ponto de ciclo” em alta da criminalidade na Praia fica a dever-se, desde logo, ao “elevado número de recém-saídos do sistema prisional”.

Numa ilha onde funciona a maior cadeia do país, registou-se em 2018 uma “saída massiva de delinquentes”, quando “um em cada três presos já lá esteve mais do que uma vez”, acrescentou.

Uma outra razão para explicar este pico é o “sentimento de impunidade” nos delinquentes, com a reincidência dos que estão e continuam em liberdade mesmo depois de detidos, aguardando o desenrolar dos processos apenas com TIR, por decisão dos tribunais.

“É o que se sente. As forças de segurança dizem que, em pouco tempo, acabam por prender as mesmas pessoas mais do que uma vez”, admitiu.

Em novembro, após uma reunião com responsáveis pela segurança interna do país, o primeiro-ministro cabo-verdiano, Ulisses Correia e Silva, anunciou 14 medidas para combater a criminalidade urbana, entre elas a revisão da lei das armas e o agravamento de penas em caso de reincidência criminal.

Segundo Paulo Rocha, o Governo está também a trabalhar na revisão da legislação sobre as medidas de coação, e do regime de TIR, para “dar atenção à questão da recorrência da prática de crime”, como por exemplo o “roubo frequente” na via pública.

“O Estado tem que censurar de uma forma diferente este comportamento, para garantir tranquilidade às pessoas”, assumiu.

Lusa

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Lusa
Etiquetas: Cabo Verde

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