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Design português ajuda milhões de daltónicos em jogos

Há 350 milhões de daltónicos em todo o mundo que, devido a esse problema, nunca conseguiram jogar devidamente um dos jogos de cartas mais famosos do globo – o Uno. O jogo conta já com 45 anos, mas só agora poderá ser jogado por pessoas que têm dificuldades em distinguir as cores. A Mattel, fabricante do Uno, conseguiu finalmente resolver o problema com a ajuda da ColorADD, uma empresa portuguesa.

Os novos baralhos já se encontram à venda nos Estados Unidos e devem chegar à Europa, incluindo Portugal, a partir do próximo mês de novembro. Para auxiliar os daltónicos a entrarem no jogo, estes novos baralhos trazem um símbolo associado a cada cor. Ao todo são cinco símbolos – três para cores primárias (ciano, magenta e amarelo) e dois para cores neutras (preto e branco).

Os conjuntos de vários símbolos permitem identificar qualquer uma das cores existentes. Por exemplo, a cor laranja será identificada através do símbolo de magenta mais o símbolo de amarelo.

“São cinco símbolos que identificam milhões de cores em qualquer parte do mundo”, explicou Miguel Neiva, fundador da ColorADD, citado pelo Shifter.

Num encontro com jornalistas na Gulbenkian, Miguel Neiva, que não é daltónico, confessou que, enquanto designer, gosta de pensar em como a sua área pode ajudar qualquer pessoa.

“A Mattel esteve 45 anos à procura de solução. Encontrou-a em Portugal”, contou. “Assim foi lançado o primeiro Uno para daltónicos. Quer dizer, não é para daltónicos, é para todos.”

O novo “modelo” do jogo está à venda apenas há uma semana, mas já registou uma subida de vendas no valor de 66 por cento, para além de várias mensagens de louvor nas redes sociais.

As pulseiras do Hospital de São João, no Porto, as seringas do Centro Hospitalar de Lisboa Central, os lápis coloridos da marca Viarco ou os mapas do Metro do Porto são alguns contextos onde já é possível ver os símbolos da ColorADD. “Estamos a falar com o Metro de Lisboa mas tem sido difícil. Já estamos a falar com o Metro de Londres e com o de Madrid”, revelou Miguel Neiva.

Para a ColorADD, o objetivo passa por estabelecer o maior número de parcerias possível de forma a alargar a cobertura do projeto além dos 350 milhões de daltónicos que se estimam que existam em todo o mundo.

 

 

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