A taxa de desemprego caiu em Portugal pela primeira vez em 15 meses. Foi apenas uma décima percentual, de 15,8 para 15,7 por cento, mas suficiente para se dizer que, em setembro, houve menos desempregados do que em agosto. Isto devido “à emigração”, alega a CGTP.

Lembra-se de junho de 2011? Era o último mês em que a taxa de desemprego de Portugal fora notícia por boas razões. Catorze meses depois, o indicador voltou a cair, reportando a evolução no mês de setembro: foi apenas 0,1 por cento, quando comparado com agosto, mas desceu. O desemprego oficial em Portugal situa-se agora nos 15,7 por cento, bastante acima dos 13,1 por cento registados em setembro de 2011.

A primeira descida em 15 meses, contudo, não retirou ao país o último lugar no pódio da União Europeia (UE). Pior do que por cá só na Grécia (25,1 por cento em julho, os últimos dados analisados) e na vizinha Espanha, com 25,8 por cento. Os dados são do Eurostat, o gabinete de estatística da UE.

Ao descer de 15,8 para 15,7 por cento em setembro, o desemprego em Portugal continua bem acima da média de 10,6 por cento na UE e de 11,6 por cento na zona euro. Passando de números para pessoas, estes dados revelam que nesse mês havia 25.751 milhões de desempregados na UE, 18.490 milhões dos quais nos países com a moeda única.

Outra taxa de desemprego que desceu em Portugal foi a do escalão etário mais jovem. Nos trabalhadores com menos de 25 anos, o índice baixou de 35,7 para 35,1 por cento. Só os jovens gregos (55,6 por cento em julho) e espanhóis (54,2 por cento) estão em pior situação, enquanto os italianos ‘imitaram’ os nossos 35,1 por cento.

Foi sobretudo com base nestes números que a CGTP não vê motivos para celebrar o fim de 14 meses de subida do desemprego. “Este recuo apenas poderá resultado da emigração na área da juventude, uma vez que a economia continua a degradar-se e o emprego não cresce”, justificou Joaquim Dionísio.