Economia

Desemprego jovem reduziu por falta de trabalho, avisa o FMI

O desemprego jovem tem diminuído, mas tal não implica que haja mais jovens a trabalhar. Segundo o Fundo Monetário Internacional, dois terços dos jovens desistiram de procurar emprego.

A conclusão já é dramática do ponto de vista da segurança social, mas tem uma outra que agrava ainda mais o cenário: ao abandonarem o mercado de trabalho, os jovens tornam-se no grupo em maior risco de pobreza.

Os indicadores europeus apontam para a recuperação económica, mas a diminuição das taxas do desemprego jovem não significa que, na prática, haja menos jovens desempregados.

Uma análise do FMI concluiu que dois terços dessa redução correspondem a jovens que simplesmente desistiram de se manter no mercado laboral, por estarem há longo tempo sem conseguir trabalho.

Só um terço da baixa das taxas de desemprego jovem se deve efetivamente à criação de emprego, segundo a mesma análise.

Estes jovens que abandonam o mercado de trabalho, os “desencorajados”, enfrentam assim um risco ainda maior de pobreza.

O próprio FMI reconheceu que os jovens são o grupo mais exposto ao risco de pobreza, pois são os que têm vínculos mais precários, salários mais baixos e menor proteção social.

Isto significa também que os jovens que abandonam o mercado de trabalho, por estarem longo tempo sem conseguir emprego, podem implicar um aumento dos encargos com os apoios sociais, como o rendimento social de inserção.

No caso de Portugal, a análise aponta ainda as consequências negativas da escassa progressividade na carga fiscal sobre o trabalho, pois as empresas não são estimuladas, através das contribuições que pagam, a contratar jovens.

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