Desemprego atingiu valores máximos do ano em novembro
- Portugal voltou a registar um aumento da taxa de desemprego para 6,7% em novembro, tendo sido o mês em que se registou maior número de pessoas desempregadas (363.800) neste ano.
- O aumento é também o maior do ano, quando comparado com o período homólogo, somando-se mais 11.000 pessoas do que em novembro de 2023 (3,1%).
- A região do Algarve registou o maior aumento do desemprego em relação ao mês anterior de 55,7%, uma tendência semelhante ao que aconteceu em 2023, após o período de “época alta” da região.
- Homens foram os únicos afetados pelo desemprego em novembro. Entre as mulheres, o desemprego baixou 1,2%.
A Randstad Portugal divulgou a sua análise aos dados estatísticos do Instituto Nacional de Estatística (INE), do Serviço Público do Emprego Nacional (IEFP) e da Segurança Social, relativos ao mês de novembro de 2024.
Os números divulgados pelo INE confirmam uma tendência de crescimento do desemprego, que apesar de se ter mantido estável nos últimos meses, registou em novembro o valor mais alto do ano – uma taxa de 6,7%, significando mais 363.800 pessoas desempregadas.
Mais 11 mil pessoas desempregadas
Este aumento do desemprego confirma-se também quando comparando com o período homólogo, com um crescimento de 3,1%, o que significa mais 11 mil pessoas desempregadas do que em 2023.
O aumento mensal do desemprego, contudo, só se fez sentir no grupo dos homens, onde mais 1,9% passaram a estar desempregados, ao passo que o desemprego feminino diminuiu 1,2%.
Também entre os jovens, o desemprego diminuiu em relação ao mês de outubro (-0,9%), tendo-se o aumento registado apenas no grupo dos adultos (dos 25 anos 74 anos).
Maioria dos desempregados são pessoas com poucas qualificações
De acordo com os dados divulgados pelo IEFP, a grande maioria dos desempregados (87,6%) encontra-se entre as pessoas que não possuem qualificações além do ensino secundário, sendo que 41,9% apenas completou o ensino básico (135.273 pessoas desempregadas).
A análise da Randstad Portugal conclui que estes números revelam a dificuldade que as pessoas com baixas qualificações têm em encontrar emprego: os 8,7% que não possuem qualquer tipo de qualificação e que, por consequência, ficam limitados a empregos de baixas qualificações ou até mesmo sem oportunidades no mercado de trabalho.
Esta realidade é comprovada pelo facto de, dentro do grupo dos desempregados, serem os profissionais não qualificados quem representa a maior fatia – 28,6%, um total de 89.057 pessoas.
Os profissionais de serviços pessoais, de proteção e segurança e vendedores são o segundo maior grupo de desempregados, totalizando 20,3%.
Região Centro regista quebra de desemprego e Madeira estável
À exceção da região Centro, onde o desemprego baixou, e a Madeira, onde se manteve estável, todas as regiões do país sentiram o aumento da taxa de desemprego em relação ao mês anterior.
O principal destaque vai para o Algarve, onde o fim da época alta, geralmente associada a maiores necessidades de recursos humanos, levou a um aumento da taxa de desemprego em 55,7% (mais 6.698 pessoas).
Apesar deste aumento do desemprego, os dados do INE revelam ainda que o total de pessoas empregadas também registou um crescimento em novembro, somando-se mais 1.500 pessoas empregadas, o que também contribui para números históricos no emprego em Portugal – cerca de 5.107.000 pessoas estão empregadas.
Isabel Roseiro, diretora de Marketing da Randstad Portugal, deixa um alerta sobre o mercado do trabalho:
“Os dados têm-nos revelado alguns sinais positivos ao longo dos últimos meses. No entanto, há alguns números que nos devem alertar. O aumento do desemprego entre as pessoas com menos qualificações reforça a necessidade de continuarmos a apostar na formação e na qualificação dos nossos trabalhadores”, assinala.
“Os jovens, essencialmente, devem olhar para estes números e perceber que continua a fazer sentido investir na sua educação e nos estudos, para poderem ter profissões mais qualificadas e, consequentemente, melhor remuneradas”, conclui Isabel Roseiro.