Desempregada tem “vergonha” da “ameaça” do IEFP

A revolta de uma desempregada está a tornar-se viral no Facebook. Como acontece a muitos dos que estão inscritos no IEFP, Graça Barbosa Ribeiro foi “ameaçada” a “ouvir a publicidade” a um curso de formação que “provavelmente não interessa” aos convocados.

Só quem passa pelo desemprego, em especial o de longa duração, consegue entender o drama de estar apto a ser útil à sociedade e não o poder ser.

Alguns dos termos usados por esta cidadã que está na situação de desemprego são fortes. “Vergonha” acaba por ser o mais frequente.

O desabafo surge depois de Graça Barbosa Ribeiro ter sido “ameaçada” a frequentar um curso de formação profissional. A cidadã explica que em causa não está o curso em si, mas a forma como o IEFP ‘selecionou’ os participantes.

“Os termos da carta eram suficientes para a vergonha. Mas acabo de ligar e dizem-me, no tal centro de formação, que a convocatória foi enviada para todas as pessoas inscritas no IEFP (de Coimbra, calculo) com o 12.º ano ou licenciatura (pré ou pós-bolonha)”, referiu: “Sejam médicos, padeiros, professores, artesãos, motoristas, pintores, engenheiros, arquitectos, auxiliares de acção educativa, gestores, farmacêuticos, economistas, advogados etc etc, terão (teremos) de assistir a uma sessão esclarecimento que demorará ‘hora, hora e meia’ sobre uma formação para técnico especialista em ofícios de Arte – Cerâmica e Vidro”.

Graça Barbosa Ribeiro criticou ainda a carta que é “mais uma ameaça do que uma informação” sobre uma oportunidade de requalificação profissional: “Se não respondermos de forma positiva à intimação sem justificar (no prazo de cinco dias consecutivos a seguir à falta) perco o subsídio de desemprego”.

“Não somos obrigados a fazer o curso (vá lá). Mas somos obrigados a ouvir a publicidade ao curso de 1450 horas que, pelos vistos, o nosso Governo considera ser capaz de permitir a requalificação profissional de todos quantos tenham o 12.º ano ou uma licenciatura (não interessa em quê)”, ironizou.

“Vergonha. Mas não de mim ou da minha situação, definitivamente”, concluiu.

Leia o desabafo de Graça Barbosa Ribeiro: