A polícia do estado da Dakota do Sul já sabe o que aconteceu a Pamela Jackson e Cheryl Miller. Em 1971, quando tinham 17 anos, as duas amigas saíram para uma festa e nunca mais foram vistas. O mistério envolveu ainda um suspeito que estava a cumprir pena por rapto e violação.

Foram necessários 43 anos para resolver o grande mistério de Union County, um distrito rural no estado norte-americano da Dakota do Sul: o desaparecimento de Pamela Jackson e Cheryl Miller.

As duas adolescentes desapareceram em 1971, quando ambas tinham 17 anos de idade. Depois de saírem para uma festa, de noite, nunca mais foram vistas.

Durante muitos anos, a família, os amigos e os investigadores tentaram resolver um mistério que envolveu suspeitas de assassínio.

Em setembro de 2004, a descoberta de ossos, recortes de jornais e restos de roupa numa quinta próxima à estrada levou a polícia a suspeitar de David Lykken, o homem que morava nessa quinta e que estava a cumprir uma pena de prisão de 227 anos por rapto e violação. Nunca foi confirmado se esses ossos eram humanos.

Graças a um departamento especial (a Divisão de Arquivos Mortos), criado nesse ano de 2004, a polícia resolveu o mistério, passados 43 anos após o desaparecimento.

“Todas as evidências apontam para um acidente de viação”, revelou Marty Jackley, o investigador responsável pelo caso.

Ajuda da meteorologia

A resolução do mistério só foi possível com uma ajuda da meteorologia. O carro onde seguiam as duas adolescentes esteve quatro décadas mergulhado num rio e só uma seca permitiu que, em setembro do ano passado, um pescador o encontrasse, debaixo de uma ponte.

No veículo, encontrado em setembro de 2013, estavam dois esqueletos, cujas análises forenses ficaram concluídas recentemente: são os de Pamela Jackson e Cheryl Miller.

O carro não apresentava marcas de participação num acidente provocado por outrém, tinha a alavanca das velocidades na terceira e a chave na ignição. Um dos pneus estava danificado, o que pode ter estado na origem do despiste.

O rio ajudou a preservar as roupas e a carteira de Cheryl Miller, incluindo a carta de condução, com uma fotografia.

A resolução do mistério chegou demasiado tarde para Oscar Jackson, o pai de Pamela, que faleceu no ano passado com 102 anos de idade.

A única reação das famílias veio em comunicado: “chegou o dia. Finalmente podemos encerrar o último capítulo desta jornada”.