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Desapareceu o dono da Fidelidade. Foi detido, segundo o rumor mais forte

Guo GuangchangO dono da Fosun, Guo Guangchang, foi ontem dado como incontactável. Ninguém sabe onde está o homem que lidera a empresa que detém a Fidelidade e que tentou comprar o Novo Banco. A imprensa chinesa tem alimentado o rumor de que Guangchang foi detido pelas autoridades.

Na imensa China, é algo “normal”, de acordo com a revista Forbes: quando alguém importante é suspeito de cometer um crime grave desaparece.

“Os desaparecimentos públicos normalmente acontecem antes de um anúncio oficial”, argumentou a revista conhecida por elaborar os rankings dos multimilionários.

Terá sido isso que aconteceu com Guo Guangchang, o milionário que detém a Fosun? Ninguém sabe. O empresário, de 48 anos, está incontactável desde ontem e ninguém do grupo empresarial fala sobre o assunto.

Na China, a imprensa tem alimentado o rumor de que o Guangchang foi detido pelas autoridades no Aeroporto de Xangai, muito provavelmente devido ao escândalo da alegada corrupção na Fosun.

A agência estatal Xinhua tinha adiantado, em agosto, que o grupo estava a ser investigado por causa de uma alegrada troca de favores entre a Fosun e o grupo Shanghai Friendship, cujo líder, Wang Zongnan, foi entretanto condenado à prisão (18 anos) por suborno e desfalques.

Nessa mesma altura, como agora recordam as redes sociais, uma imobiliária do grupo Fosun foi apontada como tendo vendido duas vivendas por valores muito abaixo do mercado. Os imóveis avaliados em 2,7 milhões de yuans (cerca de 387 milhões de euros) foram comprados, em 2003, por 2,1 milhões (300 mil euros), pela família de Wang Zongnan

A Fosun defendeu-se, em comunicado, com o “desconto razoável” que se justificava perante “o ambiente económico de extrema recessão vivido na altura” e negou ter retirado benefícios indevidos da ligação ao grupo de Wang Zongnan: “A Fosun nunca procurou benefícios inapropriados da cooperação existente com a Shangai Friendship Group”.

A única certeza é que Guo Guangchang, o 32.º chinês mais rico (segundo o Hurun Report) e dono de uma fortuna avaliada em 3700 milhões de euros, desapareceu misteriosamente.

O milionário tornou-se conhecido em Portugal quando, em maio de 2014, comprou 80 por cento da seguradora Fidelidade, que então pertencia ao grupo CGD, por 1000 milhões de euros.

Este ano, a Fosun regressou às notícias quando tentou comprar o antigo BES, agora Novo Banco.

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