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Deputado pró-democracia de Macau pede sufrágio universal e recorda 25 de Abril em Portugal

Um deputado pró-democracia de Macau lamentou hoje a ausência do sufrágio universal no território, lembrando que Portugal se prepara para assinalar o 45.º aniversário do 25 de Abril.

“Em Portugal, 45 anos de 25 de abril. Em Macau, nem um passo para o sufrágio universal”, assim começou a interpelação de Sulu Sou, o mais jovem deputado do hemiciclo, antes da ordem do dia na Assembleia Legislativa (AL).

Depois de descrever e saudar a “revolução democrática, sem sangue, que aconteceu do outro lado do mundo”, Sulu Sou insurgiu-se contra a eleição “à porta fechada” do chefe do executivo, que se realiza este ano, e a falta de assentos diretos na Assembleia Legislativa.

“Faltam cerca de quatro meses para uma eleição em círculo restrito por parte de 400 pessoas. Trata-se de um importante evento político estreitamente relacionado com a população, mas não se sabe quem são os candidatos”, declarou.

Momentos antes, também o deputado José Pereira Coutinho criticou a ausência de informação sobre as quatro centenas de eleitores que vão votar no próximo chefe do executivo, bem como a falta de análise do cumprimento dos programas eleitorais dos anteriores líderes.

“Votar num programa político sem promessas é como passar um ‘cheque em branco’ para o chefe do executivo fazer como melhor lhe apetecer”, alertou o deputado de ascendência portuguesa.

Nas duas regiões administrativas especiais chinesas, Macau e Hong Kong, o líder do Governo é escolhido por um colégio eleitoral.

Em Macau, este colégio integra 400 elementos representativos da sociedade, quer através de cargos como os de deputados à AL, quer por indicação das associações e grupos profissionais do território, desde grupos industriais, comerciais e financeiros até a setores culturais e desportivos.

Sulu Sou lembrou ainda que a “revolução democrática de Portugal contribuiu indiretamente para a criação da Assembleia Legislativa de Macau em 1976”, que contou desde o início com elementos eleitos pela população.

“Pena é que, depois de algumas dezenas de anos, a percentagem dos assentos diretos na Assembleia Legislativa nem sequer chegue a metade e que, com o único processo de reforma do sistema político em 2012, seja necessário (…) esperar mais 300 anos para se alcançar o objetivo do sufrágio universal”, disse.

Atualmente, dos 33 assentos, 14 são eleitos pela população, 12 são eleitos por via indireta (associações) e sete são nomeados pelo chefe do executivo.

“Há 45 anos, as sementes dos cravos não se espalharam completamente pelas terras de Macau”, lamentou Sulu Sou.

Lusa

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Lusa
Etiquetas: ÁsiaMacau

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