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Deputada timorense quer excluir língua portuguesa de debate parlamentar

Uma deputada do partido KHUNTO, um dos três da coligação do Governo timorense, defendeu hoje que se deveria “excluir definitivamente o uso do português” nos debates parlamentares, para facilitar a compreensão dos deputados.

Olinda Guterres considerou que deveria ser abolida a regra, definida no regimento do parlamento, que determina o uso do português – uma das duas línguas oficiais de Timor-Leste – no debate do plenário em duas sessões por mês.

“A bancada do KHUNTO defende excluir definitivamente o uso do português nos debates parlamentes para facilitar a participação dos deputados e a compreensão e o envolvimento ativo do povo em geral em todos os debates”, defendeu, numa intervenção em português claro e correto.

A posição foi apoiada por Patrocínio dos Reis, do Congresso Nacional da Reconstrução Timorense (CNRT) – maior partido da coligação do Governo – que defendeu uma “revisão da regra do plenário em língua portuguesa” e mais “flexibilidade”.

Apesar das preocupações levantadas por Olinda Guterres, durante a sessão plenária de hoje, tanto o vice-presidente do Parlamento, Luís Roberto da Silva (também do KHUNTO) como vários outros deputados intervieram em português e associaram-se às críticas à ideia da deputada, acabando por tornar o debate numa defesa da língua portuguesa.

Elvina de Sousa (Partido Democrático) defendeu o uso do português afirmando que tem havido flexibilidade quando alguém tem mais dificuldades com o idioma, mas que é crucial fazer respeitar as regras.

“Quando há dificuldades usamos tétum. Não há dúvidas. Se, como representantes do povo, estamos sempre a questionar este assunto, como vamos desenvolver este pais”, disse.

Lídia Norberta Martins (Fretilin) afirmou que todos os órgãos de soberania, incluindo o parlamento, e o povo, “têm obrigação de defender o princípio consagrado na constituição” sobre o português.

“Se nós próprios não fizermos o que está estipulado na constituição e na lei, se propusermos eliminar isto, automaticamente enquanto órgão de soberania estamos a enfraquecer o desenvolvimento do país”, disse.

“Alguns de nós sabemos português e outros não. Mas os nossos filhos já começaram a reaprender português. Não podemos usar as dificuldades enfrentadas para dizer que temos que recuar”, afirmou.

Josefa Pereira (Fretilin) também contestou Olinda Guterres, considerando ter sido uma “intervenção bombástica” que foi feita “sem pensar quer no passado quer no futuro (….) sem pensar nas relações com o mundo”.

O português “foi a língua da luta” e é essencial, disse, para comunicar com o mundo e para a “existência” de Timor.

ASP//MIM

Lusa

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