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Democracia

democracia representativa 210democracia representativaAbraham Lincoln definiu democracia: «governo do povo, pelo povo, para o povo». Péricles considerado o pai da democracia no séc. V a.C., na antiga cidade de Atenas definiu democracia: «somos nós que deliberamos e decidimos de acordo com a lei em assuntos públicos».

Porém toda a gente sabe que quem nos governa é muito difícil controlar as suas acções e pedir responsabilidades dos erros cometidos, nem implicar nas eleições os seus representantes (deputados), nem confiar na separação de poderes e nem articular com os cidadãos a criar espaços para as tomadas de posição.

Quem governa em Portugal? O governo português? Governa a Europa? A Alemanha? Até agora a troika? Quem será a seguir?

Em último sentido, as eleições existem para eleger os que nos governam e legislam em nosso nome. O nosso voto, última expressão de cidadania e de igualdade entre cidadãos (um cidadão-um voto), tem uma dupla função: premiar ou castigar quem nos governa, designar e dar indicações a quem nos governa como queremos ser governados.

Estas eleições europeias têm várias leituras políticas: a Europa atravessa uma crise de identidade e algo que não nos diz muito, está lá longe e não nos identificamos com ela; por outro lado aproveitamos para castigar o governo; e demos sinais que o PS não é alternativa e não está preparado para nos governar.

No fundo estas eleições europeias puseram-nos num impasse e num dilema. Em quem votar nas legislativas em 2015?

Nos últimos anos temos experimentado governos alternativos entre o PSD e PS que nos decepcionam e esvaziam a democracia de significado pois não elegemos estes governantes para fazerem o que lhes apetece.

A democracia tem inúmeros problemas com os seus vícios, para além da relação cidadãos- políticos. O anquilosamento da representação e participação política.

Veja-se o que se está a passar no PS, em que António Costa mostra finalmente que deseja disputar a liderança do PS e pode nem chegar a ir a votos pela blindagem dos estatutos do seu partido.

Há uma sensação que a democracia se está a evaporar do seu sentido e do seu significado. A forma de se praticar a democracia está em campo entrincheirado

Muitos portugueses não foram votar porque sentem que a sua capacidade de ir votar não acrescenta nada e não passa de uma mera formalidade.

O nosso governo assemelha-se a Ulisses amarrado ao mastro.

Uma das alternativas a esta democracia vazia é reconstruí-la a uma escala superior em que as decisões representam e beneficiam a maioria dos cidadãos. Outra é os partidos deixarem de estar reféns dos aparelhos e abrirem-se à sociedade civil e não pensarem que os seus militantes são cidadãos de primeira e quem não pertence a um partido é cidadão de segunda e proscrito.

É preciso dar mais espaço ao comum dos cidadãos que queira intervir sem pertencer a nenhum partido. É preciso desbloquear esta situação, abrir os partidos aos cidadãos.

O paradoxo da nossa democracia! António Costa se fosse candidato a Primeiro- Ministro teria uma aceitação muito maior que António José Seguro, porém dentro do seu partido pode nem chegar a secretário-geral.

António Costa tem muito maior aceitação nos cidadãos portugueses do que nos cidadãos militantes-socialistas que não passam de 50.000.

Há aqui qualquer coisa que não bate certo e não está a funcionar bem!

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