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Demissão de ex-CEME “nada teve a ver com Tancos”, mas por discordar da Lei de Programação Militar

O ex-chefe do Estado-Maior do Exército Rovisco Duarte afirmou hoje que a sua demissão do cargo “nada teve a ver com Tancos”, mas sim com a Lei de Programação Militar (LPM), da qual discordou “em parte”.

O ex-CEME admitiu, em seguida, que a sua saída também se deveu “um pouco” a solidariedade para com o anterior ministro da Defesa Nacional, Azeredo Lopes, que se demitira dias antes na sequência da polémica em torno do caso de Tancos.

“Foi fundamentalmente um problema de equipas. O ministro anterior tinha saído, eu tinha sentido o apoio dele, um pouco por solidariedade também”, disse.

Mas, frisou, o facto determinante foi a revisão da LPM “não estar como devia”.

O general respondia ao deputado do PSD Carlos Peixoto, numa audição na comissão parlamentar de inquérito para apurar as responsabilidades políticas do furto de material militar dos paióis de Tancos, divulgado em 29 de junho de 2017.

O general Rovisco Duarte salientou que tinha trabalhado com o anterior ministro no processo de revisão da LPM (diploma atualmente em discussão na especialidade) e que sentiu sempre “muito apoio” em relação ao projeto de “modernidade” que tinha para o Exército.

Contudo, o documento acabou por não refletir a sua visão para o ramo, acabando por dar um parecer “parcialmente negativo” à LPM no conselho superior do Exército.

“Foi o facto de a Lei de Programação Militar não estar como eu achava que devia”, disse.

Na carta em que apresentou ao Presidente da República o seu pedido de demissão, em outubro do ano passado, Rovisco Duarte invocou “razões pessoais”.

Aos militares do Exército, justificou a demissão afirmando que “circunstâncias políticas” assim o exigiram.

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