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Defesa da China com orçamento reforçado em mais de 11 por cento

china_defesaA China está a reforçar a capacidade da Defesa, projetando-se como um colosso militar capaz de ombrear com os EUA. As verbas disponibilizadas têm subido crescentemente nas últimas duas décadas e este ano não vai fugir à regra: o orçamento vai ser aumentado em 11,2 por cento.

A China não esconde o desejo de se assumir como uma superpotência. Consolidado um crescimento económico que coloca o país asiático como um agente incontornável na economia mundial, segue-se uma militarização sem precedentes: dando sequência aos programas das últimas duas décadas, o orçamento para a área da Defesa vai subir 11,2 por cento este ano.

“O país tem 1300 milhões de pessoas, um vasto território e uma longa costa, mas os gastos em defesa são relativamente baixos quando comparados com outros grandes países”, justificou o porta-voz da Assembleia Nacional, Li Zhaoxing.

Com uma nova subida no financiamento, de dois dígitos, a China aproxima-se aos poucos dos Estados Unidos da América, que ainda lidera a tabela dos mais despesistas com a área militar. Os EUA gastam 740 mil milhões de dólares por ano, o que equivale a 560 mil milhões de euros, enquanto os chineses se ficam (para já) pelos 80 mil milhões de euros, ou 670 mil milhões de yuans.

Mais importante do que o valor do orçamento para a área da Defesa é a importância deste reforço de verbas: esta subida de 11,2 por cento é maior do que a verificada no produto interno bruto, que no ano passado foi de 9,2 por cento. Ou seja, em termos de capacidade de financiamento, a China está a investir a um ritmo superior ao que produz.

O Japão, o principal país com quem a China mede forças no sudeste asiático, estará certamente atento a esta demonstração de força e de vitalidade por parte do rival, tal como o Vietname e as Filipinas, outros rivais históricos dos chineses. É preciso ainda não esquecer o problema de Taiwan, território que a China considera ser uma província e em à qual tem mísseis apontados.

O principal destinatário desta demonstração de força continua, ainda assim, a ser os EUA. Os norte-americados têm reforçado a presença militar na região do Pacífico, onde possuem diversas bases militares.

Se os EUA são o país que mais investe no campo militar, a China é quem possui o maior número de efetivos. O próprio orçamento é referido, por vários analistas, por estar ‘artificalmente desvalorizado’ em relação à realidade – tal como a moeda, que mantém um falso valor para auxiliar as exportações, o orçamento gasto com a Defesa deve rondar o dobro do anunciado. Os gastos mais recentes ajudam a sustentar essa tese, depois do gigante asiático, que tem mais de dois milhões de efetivos, ter comprado submarinos e vasos de guerra, isto sem falar no investimento em mísseis balísticos de produção própria.

 

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