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CTT: Privatização avança com banco postal e, acusa Arménio Carlos, numa “bandeja de ouro”

Os CTT pediram uma licença para criar um banco postal após a privatização. “Vai-se entregar em bandeja de ouro uma empresa que faz falta ao país”, lamentou o líder da CGTP, Arménio Carlos, antecipando a extinção de mil postos de trabalho com a venda do grupo.

O processo de privatização dos CTT está em curso e a empresa pediu, ao Banco de Portugal, uma licença para a exploração de um banco postal. O negócio “não faz sentido” para a CGTP, comentou Arménio Carlos, enquanto anunciava a “a onda contra a privatização dos CTT”: será um conjunto de reuniões com trabalhadores, população e autarquias, que vão ocorrer nas capitais de distrito e nas regiões autónomas.

“Para se encaixar 600 a 700 milhões de euros vai-se entregar em bandeja de ouro uma empresa que faz falta ao país”, acusou o sindicalista, citado pela Lusa, frisando que os CTT são “uma empresa lucrativa, pois dão um lucro de 400 milhões de euros há seis anos e presta um serviço universal, portanto não se justifica a privatização”.

Nas contas da CGTP, a privatização vai levar à extinção de mil postos de trabalho e colocar em causa um serviço que é prestado “com qualidade” e que promove a coesão social. “Entendemos que os CTT devem continuar a ser uma empresa pública ou uma empresa com capitais públicos para prestar o serviço universal de correios com qualidade e também para defender o direito das populações ao correio e salvar os postos de trabalho”, frisou o secretário-geral.

Apesar do lucro de 600 a 700 milhões de euros com a venda, os CTT irão perder um valor de “mil ou mais de mis milhões de euros” no período de dez anos, nas contas da CGTP.

As críticas de Arménio Carlos surgem depois dos correios terem anunciado que pediram, a 5 de agosto, uma licença para a criação de um banco postal, serviço que deverá ficar disponível após privatização.

“Após um estudo aprofundado com o apoio de consultores estratégicos sobre a oportunidade e viabilidade da criação do banco postal, os CTT formalizaram o pedido de licença ao Banco de Portugal no dia 5 de agosto”, referia um comunicado emitido pela empresa dirigida por Francisco Lacerda.

Ontem, o Jornal de Negócios adiantava que o Governo pretende receber cerca de 600 milhões de euros com a venda de toda a empresa, na qual tem vindo a ser implementada uma reestruturação. O Estado deverá ceder todo o capital a um ou mais compradores, através da venda direta, com a inibição de transações de capital durante cinco anos.

 “O resultado que se pretende é que todas as opções de modelo de privatização estejam devidamente preparadas, para permitir que o Governo e a Parpública tenham as condições necessárias para tomar as suas decisões no tempo certo com a garantia que os CTT estão preparados”, salientavam os CTT, no comunicado em que apresentaram os resultados do primeiro semestre.

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