Alguns dos militantes do PSD que apoiaram outras candidaturas autárquicas não vão ser expulsos do partido. O Conselho de Jurisdição optou pelo critério dos nomes registados em certidões, o que ‘iliba’ históricos como Miguel Veiga, Arlindo Cunha e António Capucho.
Vários militantes que já desempenharam cargos de relevo dentro do PSD não vão ser expulsos do partido, apesar de terem violado os estatutos e apoiado candidaturas rivais nas autárquicas de setembro. Históricos como Miguel Veiga e Arlindo Cunha foram ‘ilibados’ por terem prestado um apoio nas comissões de honra, as quais não fazem parte das listas eleitorais.
Assim decidiu o Conselho de Jurisdição (CJ) do PSD, levantando a suspensão dos militantes que apoiaram adversários dos sociais-democratas mas cujo nome não consta nas certidões entregues em tribunal como integrantes das listas ou subscritores das mesmas. “São largas dezenas de militantes no Porto e em Gaia, embora estes sejam nomes mais mediáticos”, argumentou ontem à noite o o presidente do CJ, Calvão da Silva, citado pela Lusa.
Entre esses nomes “mediáticos” constavam os de Miguel Veiga, Arlindo Cunha, Valente de Oliveira e António Capucho, entre outros que apoiaram as lista de Rui Moreira sem a integrarem. Faltava “uma prova certa e segura” para que o CJ pudesse aplicar a expulsão, em condições de igualdade para todos os militantes, pelo que os processos cujos nomes não constam nas certidões foram levantado.
“Apenas apoiante era muito vago, porque alguém disse que viu a pessoa num comício? Isso levaria anos”, justificou Carlão da Silva, explicando que, para já, a medida só abrangeu os militantes de Porto e Gaia: “um dos relatores já tinha feito um trabalho de triagem relativamente a Porto e Gaia e apercebeu-se que havia nomes sobre os quais pendiam queixas, mas que não constavam nas listas entregues nos tribunais”.
Se históricos como Miguel Veiga e Arlindo Cunha podem continuar a ser militantes, a situação de António Capucho é mais delicada: o ex-presidente da Câmara de Cascais ficou livre da suspensão no Porto, mas é alvo de outros processo em curso: foi candidato à Assembleia Municipal de Sintra na lista do independente Marco Almeida.
“Essa parte continua, há imensa gente que participou nas listas adversárias e que estamos a ouvir. Agora enquanto apoiantes há um conjunto de nomes que não são abrangidos pelo critério que definimos”, reforçou o presidente do CJ, que reuniu na terça-feira.