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Cristas proclama CDS como alternativa ao “bloco central de interesses”

A presidente do CDS-PP, Assunção Cristas, defendeu hoje que os centristas constituem a alternativa “não socialista”, fora do “bloco central de interesses”, esse “eterno tratado de Tordesilhas da política portuguesa”.

Na intervenção final no debate do estado da nação, a líder centrista concentrou a primeira parte do seu discurso a fazer um diagnóstico crítico da governação e dos seus efeitos no país e uma segunda parte, sensivelmente com a mesma duração, a afirmar a alternativa que, disse, o CDS está a construir.

Assunção Cristas proclamou que essa será “uma alternativa que não sonha com um bloco central de interesses, o eterno Tratado de Tordesilhas da política portuguesa”.

A presidente do CDS-PP apontou, assim, com esta referência, ao seu antigo parceiro de Governo, o PSD, numa intervenção repleta de ataques à esquerda.

“É preciso uma alternativa política, não socialista, em Portugal. No CDS estamos a construir essa alternativa, porque é evidente que este modelo está esgotado. Se o socialismo fosse bom, se o comunismo fosse bom, se o trotskismo fosse bom, nós não teríamos chamado o FMI [Fundo Monetário Europeu] por três vezes em 40 anos. Precisamos de sair deste modelo socialista”, argumentou.

Assunção Cristas fez um retrato de uma nação com “serviços públicos em colapso, serviços hospitalares que encerram, Unidades de Saúde Familiar que não abrem, ferrovia em estado crítico, professores em greve, alunos à espera, consultas atrasadas, cirurgias canceladas, transportes públicos em falta”.

A presidente do CDS referiu-se também a “crescimento económico abaixo do suposto, investimento público em mínimos históricos, proteção civil ineficiente, carga fiscal no máximo histórico, cativações nunca vistas, dívidas a fornecedores a galopar, ciência em crise, setor cultural à sua sorte, mobilidade social a afastar-nos da média europeia”.

O diagnóstico incluiu também “uma dívida que não se controla”, tentativa de imposição de “impostos europeus”, “instalações militares assaltadas, um interior que vê adiado o seu estatuto fiscal”, enquanto “o país continua a procurar recuperar da maior tragédia que conheceu nas últimas décadas”.

“Não falamos do país na bancarrota, sem dinheiro para pagar pensões. Não falamos do país intervencionado, a ter de pedir emprestado sob pena de colapso. Não falamos do país da ‘troika’, com o memorando deixado por José Sócrates. Falamos do país governado pelas esquerdas, do país com três orçamentos das esquerdas, do país que seguiu políticas das esquerdas”, argumentou.

Para Assunção Cristas, com a governação do país aconteceu “o que sempre sucede quando as esquerdas se encostam para colocar em prática as suas fantasias”.

O resultado, defendeu a líder do CDS, é de “um país que cresce menos do que os seus concorrentes, uma economia que se fecha em vez de se abrir, empresas que são vistas como inimigas, propriedade privada tida como pormenor, liberdade de escolha que é eliminada, o lucro como pecado, o setor privado como alvo, a vontade de ir buscar dinheiro onde ele existe”.

A líder centrista reclamou ainda para o Governo anterior o mérito de haver menos desemprego, atribuindo-o à reforma laboral e o “algum investimento” que considera ainda existir, é obra do turismo da reabilitação urbana, também heranças deixadas a este executivo, afirmou.

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