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Crise na Líbia: Trípoli cenário da queda de Kadhafi, com apogeu de Abdel Jalil

Com a invasão de Trípoli com a ajuda da NATO e o fim anunciado do regime de Muammar Kadhafi, surge um grande nome para a liderança provisória da Líbia: Mustafa Abdel Jalil, que já conta com o apoio de mais de 30 governos internacionais. O Conselho Nacional de Transição está pronto para assumir as rédeas do país.

Foi ministro da Justiça na Líbia, até fevereiro, altura em que renunciou ao cargo, depois de testemunhar um tiroteio sobre manifestantes pacíficos, detidos pelo regime. Na cidade de Benghazi, ainda como enviado do Governo, assistiu, nesse mês, aos primeiros sinais da insurreição.

Abdel Jalil decide abandonar o ministério (apesar de a sua renúncia ter sido rejeitada pelo governo) e torna-se líder do Conselho Nacional de Transição. “Pretendemos um governo democrático, uma Constituição justa, e não queremos continuar isolados do mundo”, disse, na altura.

Sempre pronto a desafiar o regime, demonstrou sempre uma posição firme contra o uso excessivo da força, por parte de Kadhafi, sobretudo quando as vítimas do Estado eram opositores ordeiros.

Nasceu em 1952 na cidade oriental de Bayda, um dos primeiros lugares de revolta contra o governo de Kadhafi. Estudou Direito e lei islâmica, na Universidade da Líbia. Exerceu advocacia no escritório do Ministério Público, na cidade onde nasceu.

Mais tarde, em 1978, torna-se juiz e em 2002 foi nomeado presidente de um Tribunal, função que viria a exercer em Bayda. Em 2007, foi nomeado ministro da Justiça, cargo que exerceu até fevereiro de 2011, saindo de costas voltadas com o regime líbio.

Cerca de um ano antes da sua renúncia, Jalil afrontou a Kadhafi, acusando-o de manter em cativeiro 300 presos políticos, apesar de decisões judiciais que apontavam para a libertação.

O Conselho Nacional de Transição está pronto para tomar o poder e o presidente Abdul Jalil (um homem com um passado marcado pela defesa dos Direitos Humanos) prepara-se para se tornar no interlocutor legítimo do povo líbio.

“Os líbios vão cabeça para livre para as eleições legislativas, parlamentares e presidenciais”, disse Abdul Jalil.

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