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Crimes em Cabo Verde caíram para metade em quatro anos

Os crimes registados pela Polícia Nacional cabo-verdiana voltaram a cair em 2019, pelo quarto ano consecutivo, acumulando uma quebra para metade desde 2016, antecipando a meta prevista apenas para o próximo ano, anunciou hoje o diretor nacional.

Ao discursar na abertura do XIV Conselho de Comandos da Polícia Nacional, o diretor nacional daquela força policial, Emanuel Moreno, anunciou uma quebra nas ocorrências (crimes contra o património e crimes contra pessoas) de 17,43% (menos 3.165) em 2019, face ao ano anterior, e um total acumulado, em quatro anos, de menos 50%.

“Antecipando a meta preconizada, que era atingir essa percentagem em 2021”, enfatizou, garantindo que a Polícia Nacional não irá “baixar a guarda”.

“Continuaremos a desenvolver todos os mecanismos tendentes a fazer frente à diversidade dos desafios e conseguir diminuir de forma continuada a criminalidade e devolver a tranquilidade aos cidadãos, mantendo Cabo Verde com um país cada vez mais seguro”, disse ainda.

De acordo com os números hoje apresentados pela Polícia Nacional, 53% das ocorrências contabilizadas dizem respeito a crimes contra o património, com uma redução de 2018 para 2019 de 23%.

Os furtos registaram uma quebra de 21% (menos 721 ocorrências) e houve menos 20% de roubos (menos 979 casos).

Os crimes contra pessoas, que representam 47% das ocorrências, diminuíram 10% em 2019, nomeadamente nos crimes de homicídios, com uma quebra de 8% (menos três casos em relação a 2018).

“Porém, de realçar o aumento na Praia, em particular, com mais seis homicídios, atentos ao pico de criminalidade registada no último trimestre de 2019”, reconheceu o Diretor Nacional da polícia cabo-verdiana.

Destacou ainda a descida de 6% (menos seis casos) nos crimes sexuais contra menores de 16 anos, o recuo de 0,3% em casos de Violência com Base no Género (VBG) e a quebra de 16% (menos 477 casos) nas ofensas corporais em todo o arquipélago.

Contudo, no sentido oposto, os crimes sexuais contra adultos aumentaram 22% em 2019, com mais 14 casos face ao total de 2019.

Ao discursar na presença do ministro da Administração Interna de Cabo Verde, Paulo Rocha, o diretor nacional destacou a necessidade de “continuar a criar as necessárias condições” para que os efetivos, quase 2.000 atualmente, estejam “fortemente empenhados e motivados na execução das suas tarefas e missões”.

“Para o efeito, é justo e recomenda-se a contínua disponibilização de meios humanos e infraestruturarias, para maximizar a nossa eficácia e eficiência na prevenção e enfrentamento da criminalidade no geral, criminalidade violenta e grave e, em particular, que conheceu um agravamento no final de 2019”, disse ainda.

Para o ministro da Administração Interna, 2019 “foi um ano de resultados e de realizações, com impactos relevantes na segurança e no reforço da tranquilidade” da população, destacando os resultados operacionais da Polícia Nacional.

“As ocorrências criminais no geral recuaram para dados próximos aos verificados no ano de 2001, uma diminuição de 17,4%, com menos ocorrências a nível nacional (…) Por outro lado, 2019 foi um ano de continuidade e consolidação da aposta no reforço da capacidade operacional da instituição, em termos materiais, de equipamentos, das condições de trabalho e na motivação dos efetivos”, disse ainda Paulo Rocha.

Destacou ainda que o investimento público no sistema de vídeovigilância, em funcionamento desde 2018 na cidade da Praia e que este ano será alargado a mais três ilhas, permitiu, em 2019, “evitar mais de 2.000 situações criminais” e “esclarecer cerca de 3.000 ocorrências verificadas”.

Além disso, Paulo Rocha destacou que o aumento das operações policiais realizadas em 2019, com destaque para as fiscalizações, traduziram-se no incremento das apreensões, de armas de fogo, em 16%, e de droga, em 65%.

“Para o total das ocorrências registadas no país, a Polícia Nacional identificou 75% dos responsáveis, dos autores, sendo que nos crimes contra pessoas representam 98% dos casos”, enfatizou o governante.

Perante dezenas de elementos de comando da Polícia Nacional, de todas as ilhas, Paulo Rocha destacou, como “linhas de orientação da política de segurança”, a implementação gradual do policiamento de proximidade e, entre outros, a intensificação do controlo das principais fontes de perigo e redução das oportunidades, “com a finalidade de prevenir, reduzir e reprimir a criminalidade”.

Numa mensagem voltada para a corporação, com alguns casos de abusos de autoridade investigados em 2019, Paulo Rocha sublinhou a importância da idoneidade como “um ativo” da corporação.

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