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Crime de guerra? Relatório da ONU não descarta essa hipótese para a queda do MH17

mh17 da malaysia Quem disparou um míssil contra o avião da Malaysia Airlines pode ter cometido um crime de guerra. O aviso é da alta comissária da ONU para os Direitos Humanos. Navi Pillay exge uma investigação “efetiva e independente” para apurar quem são os responsáveis pelo fim do voo MH17.

Os autores do disparo de um míssil contra um Boeing 777 da Malaysia Airlines em espaço aéreo ucraniano, que culminou com a morte das 298 pessoas a bordo, podem vir a ser responsabilidades por um “crime de guerra”.

O aviso partiu de Navi Pillay, a alta comissária da ONU para os Direitos Humanos, que hoje exigiu uma investigação “rápida, completa, efetiva e independente” sobre o fim abrupto do voo MH17, num ato que considerou “uma violação do direito internacional”.

Gianni Magazzeni, o chefe da divisão de Américas, Europa e Ásia Central do alto comissariado, acrescentou que agora é preciso “estabelecer os fatos e as circunstâncias do sucedido”.

Será um primeiro passo para se “definir as etapas seguintes” num processo em que o fim ideal será garantir que “os responsáveis sejam julgados”.

Mas quem foram os autores do disparo do míssil? Ucrânia e Rússia continuam a trocar acusações, com outros países a darem também uma opinião.

Para o regime ucraniano, foram os separatistas pró-russos quem disparou contra o voo MH17, uma teoria partilhada pelos EUA com o reforço de que a Rússia terá apoiado essas forças rebeldes.

O Kremlin rejeita as acusações norte-americanas e frisa que não teve qualquer interferência no sucedido.

A única conclusão revelada para a ONU é que a queda do avião ocorreu numa região, a de Donetsk, onde não vigora qualquer lei internacional.

No leste da Ucrânia, “os governos locais deixaram de funcionar”, refere o relatório hoje apresentado por Magazzeni, que critica os grupos rebeldes por, “ao invés de ir em direção às discussões e negociações com as autoridades em Kiev, optarem por criar estruturas paralelas de governo”.

“Isso inclui uma nova Constituição para a região de Donbass, que abrange Lugansk e Donestk, e um novo Código de Procedimentos Penal, baseado no aplicado na Rússia, enquanto as instituições, antes existentes, deixaram de funcionar, como a polícia, Justiça e outros serviços públicos”, explicou o responsável da ONU.

“Em vez de ver melhor a situação e criar algum diálogo político, vemos um aumento de armas pesadas ao alcance de qualquer um no leste do país”, acrescentou Magazzeni.

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