Acredita que um homem atiçou duas dezenas de gaivotas contra os passageiros que seguiam no interior de um comboio? Uma amiga de Chris Harrigan testemunhou “o crime da década” e vários jornais australianos deram a conhecer um incidente que… não aconteceu.
Este foi “o crime da década”, segundo Chris Harrigan, e está a agitar as redes sociais e os jornais da Austrália.
Deixemos este jovem contar o incidente tal como a amiga lhe contou: “Ela ia apanhar o comboio em Frankston e enquanto esperava viu um homem sentado com um saco de peixe frito e batatas fritas. Não estava a comer, parecia estar a arejar o saco”.
O mistério adensa-se: “Várias gaivotas foram atraídas pelo cheiro e o homem, em vez de as enxotar, começou a chamá-las com as batatas fritas. Atirava uma de vez em quando, mantendo-as por perto. A certa altura o bando já tinha mais de 20 gaivotas, um pequeno exército. Ele atirava uma batata de vez em quando para as manter interessadas, mas não saciadas. Era frustrante e as aves começavam a ficar zangadas”.
Foi então que o impensável aconteceu: “O comboio chegou e as pessoas entraram, mas o tal homem ficou na estação. Quando o comboio ia fechar as portas… Aconteceu. Ele atirou o saco com o peixe e as batatas para a carruagem e as gaivotas foram atrás. As portas fecharam-se. Foi o pandemónio”.
“A paragem seguinte ficava a cinco minutos de viagem”, concluiu Chris Harrigan.
O “crime da década” rapidamente se tornou viral, em especial quando uma agência noticiosa a reproduziu, levando a que vários jornais citassem “o ataque das gaivotas” numa das mais movimentadas linhas de comboio de Melbourne.
“A empresa revelou que não vai comentar o incidente até apurar mais detalhes sobre o sucedido”, fechava a peça da APP.
Mas vai ser impossível apurar os detalhes de um incidente que… não é real.
Alguns internautas perderam tempo nas ‘caves’ da internet e descobriram que histórias semelhantes já ‘aconteceram’ em anos anteriores, tendo alguns partilhado fotos de gaivotas no interior de comboios registadas em 2012 e 2013.
O mito urbano tornou-se no assunto do momento na Austrália, com a guerra entre os crentes e os céticos nas redes sociais e os jornais a tentarem explicar como relataram um incidente que não aconteceu.