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Criança paquistanesa acusada de queimar Corão acaba libertada pelo Supremo

crianca paquistanesaTribunal de Islamabad decide arquivar o caso da menina acusada de blasfémia. A justiça paquistanesa julgou Rimsha Masih, que terá queimado algumas páginas do Corão, o livro sagrado do Islão. No entanto, não foram encontradas provas desse ‘crime’.

Rimsha Masih, uma menina de 14 anos, estava sentada no banco dos réus, depois de acusada pelo crime de blasfémia – que segundo a lei paquistanesa tem como pena prisão perpétua. A acusação sustentava que Rimsha teria queimado páginas do Corão, mas o Supremo Tribunal de Islamabad não encontrou provas e decidiu libertar a menina cristã.

“É uma vitória da justiça e da verdade”, salientou hoje Sayid Ishaq, diretor da Liga Ecuménica do Paquistão, em declarações proferidas imediatamente depois da sentença.

O processo foi arquivado, sem que houvesse prova ou testemunho válido, e Rimsha Masih, que sofre de uma incapacidade mental, acabou libertada. Este processo acaba por ser histórico no Paquistão, já que é a primeira vez que um caso destes acaba sem condenação.

A pequena Rimsha esteve presa durante três semanas, numa prisão para adultos, num caso que suscitou uma enorme onda de solidariedade, com diversos grupos pacifistas a exigir a sua libertação.

Rimsha Masih estava na prisão desde 16 de agosto e foi libertação sob caução. A criança foi denunciada pelos vizinhos, mas terá agido sem noção de que estaria a cometer um crime.Grupos muçulmanos também defenderam a menina e defenderam que Rimsha seja absolvida de todas as acusações, o que veio a acontecer.

Ao mesmo tempo, ativistas de direitos humanos e membros da sociedade de todo o mundo criticaram o sistema processual usado pela polícia, que acusou a menina sob pressão, com extremismos islâmicos. A comunidade internacional lutou pela libertação de Rimsha Masih.

O medo de represálias, que levara os pais a esconderem-se, persiste na família da menina.

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