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A criança com leucemia que gerou um “milagre” da medicina

Chama-se Layla Richards, tem 1 ano e sofria de leucemia. Foi submetida a um tratamento inédito, num hospital de Londres, em Inglaterra, para reverter este caso de cancro extremamente agressivo. A criança está curada, no que os médicos apelidam de “milagre”.

A pequena Layla é o rosto de uma história com final feliz, graças a uma terapia inédita.

Um tratamento inovador realizado por médicos do Great Ormond Street, em Londres, permitiu a uma criança reverter um caso de cancro considerado “incurável”.

O tipo de leucemia era extremamente agressivo e as esperanças de cura e de sobrevivência eram escassas. Sem horizonte de cura, a menina de 1 ano foi submetida a uma terapia inovadora, tornando-se na primeira pessoa do mundo a ser alvo da mesma.

A equipa clínica que tratou Layla Richards uso células imunológicas com ADN modificado em laboratório, com o objetivo de combater o cancro.

A terapia, chamada “designer immune cells” [células imunológicas projetadas] consiste num método inovador que faz uma edição do genoma.

Trata-se de um tratamento inovador na medida em que – ao contrário das terapias comuns, em que se adicionam novos genes para combater os problemas e tentar corrigi-lo – faz uma espécie de “edição dos genes do paciente.

Foram utilizadas tesouras microscópicas para alterar o ADN das células imunológicas de um dador. Posteriormente, os médicos alteraram as células com leucemia.

Essas células modificadas foram injetadas na criança, numa fase do tratamento.

Mais tarde, Layla recebeu um segundo transplante de medula, que permitiu restaurar o seu sistema imunológico.

Os resultados desta terapia – que apenas tinha sido testada em ratos de laboratório – surpreenderam os próprios médicos, que alimentavam naturais esperanças de recuperar Layla, mas não esperavam que os resultados fossem tão bons.

A leucemia de Layla é muito agressiva e foi diagnosticada logo aos três meses de vida. Os convencionais transplantes de medula e a quimioterapia não produziram efeitos. Pelo que os médicos tiveram de apostar nesta inovação, sob pena de a criança não sobreviver muito mais tempo.

Aliás, a família chegou a ser informada de que a menina deveria ser transportada para os cuidados paliativos. Porém, esta solução milagrosa reverteu a leucemia e o destino traçado pelas limitações da medicina.

Essas limitações foram redesenhadas e Layla Richards vai viver melhor e durante mais tempo. A reação ao tratamento tem sido surpreendente.

Os médicos não querem falar de cura, mas consideram que os progressos da menina são incríveis.

“Estamos num ponto maravilhoso, em comparação com a realidade há cinco meses”, disse Paul Veys, do hospital Great Ormond Street, revelou, citado pela BBC.

Veys assinala, porém, que este foi um dos casos mais marcantes a que assistiu nas últimas duas décadas. “É um milagre”, acrescenta.

A Sociedade Americana de Hematologia partilhou o caso de Layla. E Waseem Qasim, do Great Ormond Street, realça que a terapia permitiu, pela primeira vez, “que células humanas modificadas desta forma tenham sido colocadas num paciente, o que constitui um grande avanço”.

Uma palavra para o pai de Layla, que fala da filha com tremenda felicidade. “Ela está aqui connosco… Ri, brinca, é feliz”, afirma, emocionado.

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