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Crédito vencido em Angola registou aumento significativo para os 40,2 por cento em 2017

O rácio do crédito mal parado em Angola registou um aumento significativo para os 40,2 por cento, em 2017, e o total de crédito líquido a clientes registou uma diminuição em comparação ao ano anterior, divulgou hoje a Deloitte Angola.

Os números da atuação da banca angolana em 2017 constam da 13ª edição do estudo “Banca em Análise” apresentado hoje, em Luanda, indicando igualmente que o valor total das 28 instituições bancárias ascendeu, no período, a 10.129.800 milhões de kwanzas (30 mil milhões de euros).

Segundo o documento o resultado líquido da banca angolana registou um decréscimo de 6 por cento em relação a 2016 tendo atingido a faixa dos 158.910 milhões de kwanzas (478 milhões de euros).

O total do crédito líquido a clientes diz a Deloitte ascendeu a 3.136.303 milhões de kwanzas (9,4 mil milhões de euros) “o que corresponde a uma redução de 3 por cento face ao ano de 2016”.

Nesse domínio, o Banco de Poupança e Crédito (BPC), Banco Millennium Atlântico (ATL), Banco Angolano de Investimentos (BAI), Banco BIC e o Banco de Fomento Angola (BFA) “lideraram a concessão de créditos”.

De acordo com as demonstrações financeiras do “Banca em Análise 2017”, em relação ao crédito vencido registou-se um aumento significativo para os 40,2 por cento, quando em 2016 foi cerca de 13 por cento.

José Barata, sócio e líder do setor financeiro da Deloitte Angola que fez hoje a apresentação do estudo a banca angolana tem muitos desafios, nomeadamente, no “reforço dos seus próprios capitais e das imparidades para crédito, face ao elevado rácio de crédito vencido”.

“Mas, depois, também a banca tem vindo a fazer um bom trabalho a nível dos meios de pagamento como também ficou patente no estudo, mas é um trabalho que deve continuar a ser desenvolvido para que a inclusão financeira”, disse aos jornalistas.

O estudo, segundo José Barata, que é baseado nos números que são tornados públicos por parte das instituições foi também marcado pela “adoção plena do Normativo Internacional de Contabilidade por parte dos bancos”.

“Na preparação das suas contas e por uma estagnação da atividade, por uma redução do resultado líquido, do crédito e também dos depósitos”, sustentou.

Para a 13.ª edição da Banca em Análise, a posição relativa aos cinco maiores bancos a operar em Angola, o BPC, banco angolano de capitais públicos, continuou a liderar com um ativo de 1.855.500 milhões de kwanzas (5,5 mil milhões de euros) seguido pelo BFA, BAI, ATL e o BIC.

Quanto aos depósitos em moeda nacional, o kwanza, o estudo refere que o seu peso manteve a sua tendência de crescimento em detrimento da moeda estrangeira, passando a representar 69 por cento de todos os depósitos.

“O valor total dos depósitos de clientes no setor bancário foi de 7 biliões milhões de kwanzas (21 mil milhões de euros) em 2017, o que representa uma redução de 0,2 por cento face a 2016”, sustenta.

O sócio e líder do departamento financeiro da Deloitte Angola considerou ainda, que os bancos “têm que reforçar a análise dos riscos” e também a “continuação de capacitação dos seus colaboradores”

“Bem como reforçar o investimento tecnológico que é fundamental”, concluiu.

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