Economia

CP reduziu prejuízos em 5,6% em 2018 para 105,6 milhões

A CP – Comboios de Portugal reduziu os prejuízos em 5,6 por cento no ano passado, atingindo os 105,6 milhões de euros, face aos 112 milhões de euros registados em 2017.

De acordo com o relatório e contas da empresa, publicado hoje na Comissão do Mercado de Valores Mobiliários (CMVM), a CP revela que atingiu no ano passado 259 milhões de euros em proveitos de tráfego, um aumento de 3,7 por cento em relação a 2017, com o crescimento de 3,5 por cento do número de passageiros transportados, num total de 126,2 milhões.

O EBITDA (lucros antes de juros, impostos, depreciação e amortização) da transportadora, pelo contrário, reduziu-se em 15 por cento, para 9,4 milhões de euros. Os gastos operacionais da empresa subiram 4,3 por cento, fixando-se em 279 milhões de euros, de acordo com o mesmo documento.

Numa mensagem publicada no relatório, o presidente da CP, Carlos Nogueira, lembrou que “a empresa depara-se com fortes constrangimentos à sua atividade decorrentes do atraso na concretização de investimentos na infraestrutura ferroviária, da obsolescência e vetustez do parque de material circulante, sem a correspondente substituição e da desadequação do quadro de efetivos dos diferentes níveis às necessidades funcionais”.

O presidente da CP diz ainda que são “absolutamente cruciais” os planos de recrutamento previstos de 2018 e 2019 “que aguardam aprovação superior”. E avisa mesmo que, caso não sejam cumpridos, “será inevitável a redução da oferta e, em consequência, o não cumprimento dos níveis de serviço preconizados no Contrato de Serviço Público”.

Carlos Nogueira acredita também que a negociação dos Acordos de Empresa é uma “peça angular” para aumentar a flexibilidade laboral e a competitividade.

No ano passado, a oferta reduziu-se na CP, em cerca de 2 por cento devido a greves (71 por cento das supressões), à “elevada taxa de indisponibilidade do material circulante de tração diesel”, que afetou sobretudo as linhas do Oeste, Alentejo e Algarve e a descarrilamentos nas linhas da Beira Alta, Norte e Douro.

Algumas intervenções da Infraestruturas de Portugal nas linhas também condicionaram a operação em 2018, de acordo com a CP.

Com estes constrangimentos, o índice global de pontualidade da transportadora situou-se em 97 por cento, menos 2,2 pontos percentuais do que em 2017, com destaque para o serviço regional, indica o relatório.

A CP investiu, no ano passado 15,5 milhões de euros, sendo que, deste valor, 80 por cento teve como destino o material circulante.

Em termos consolidados, o grupo CP registou prejuízos de 106,3 milhões de euros, uma melhoria de 4 por cento em relação a 2017.

O grupo, que inclui sociedades como a EMEF e Fernave, registou vendas e prestações de serviços de 298 milhões de euros, mais 4 por cento do que em 2017.

A EMEF, por sua vez, conseguiu obter resultados líquidos positivos de 6,4 milhões de euros, um aumento de 7,5 por cento em relação a 2017, enquanto o volume de negócios caiu 4 por cento, para 69,2 milhões de euros.

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