Economia

CP reage à polémica dos alegados atrasos nos comboios para ‘deixar passar’ o PS

A CP esclareceu hoje, na sequência da polémica envolvendo o PS, que “há décadas” que realiza “comboios especiais”, tendo sido feitos 1.706 no ano passado, e garantiu que a sua circulação “é programada”, pelo que “não afeta a realização de outros comboios”.

Este esclarecimento surge na sequência de uma notícia do Observador, segundo a qual a CP “aceita os atrasos” noutros comboios para que circulem comboios fretados para a Festa de Verão do PS.

“A CP realiza, há décadas, comboios especiais para os mais diversos clientes. Em 2017, foram realizados 1.706 comboios especiais e até 23 de agosto de 2018 775 comboios”, refere a empresa, em comunicado.

“Sempre que se realiza um comboio especial, a CP solicita o respetivo canal horário ao gestor da infraestrutura, uma vez que os mesmos não estão integrados na circulação programada e regular. A IP [Infraestruturas de Portugal] analisa a viabilidade do pedido do operador ferroviário e, em caso positivo, emite um documento designado Carta Impressa, que contém os detalhes técnicos da marcha do comboio em causa”, prossegue a empresa de transporte ferroviário.

“Este é um procedimento regular, no dia-a-dia das operações ferroviárias”, salienta a CP, garantindo que “a circulação é programada e, portanto, não afeta a realização de outros comboios”.

Acrescenta que entre os clientes de comboios especiais realizados pela CP “contam–se entidades de naturezas diversas, designadamente, empresas, associações, grupos de cidadãos, clubes desportivos, partidos, festivais de música, autarquias, entre outros, desde que existam condições operacionais para os realizar, nomeadamente a disponibilidade de canal horário por parte do gestor da infraestrutura e o acordo mútuo relativamente às condições comerciais acordadas”.

Também hoje, o secretário-geral do PS, António Costa, tinha afirmado o comboio fretado pelo partido para a festa de verão socialista em Caminha como um “serviço comercial absolutamente normal” e que é prestado a qualquer cliente.

Questionado pelos jornalistas durante uma visita aos Passadiços do Paiva, em Arouca, distrito de Aveiro, realizada enquanto primeiro-ministro, António Costa notou que “um comboio fretado é um serviço prestado a qualquer cliente”.

António Costa acabaria por não responder completamente à questão, que confrontava o líder do PS com a notícia do Observador.

O jornal ‘online’ refere que os comboios que vão levar vários militantes socialistas desde o sul do país até à festa da ‘rentrée’ socialista, em Caminha, são prioritários e, se for necessário, podem atrasar o serviço regular da CP pelas zonas em que passam.

O percurso de ida e volta, diz o Observador, é Santa Apolónia-Pinhal Novo-Caminha.

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