A CP quer “investir em arte contemporânea” e vai pintar grafiti no interior das carruagens, como revela o diretor do projeto Janela. Seis artistas foram convidados “para que não se veja a arte urbana como qualquer tipo de vandalismo”, segundo explica Sandro Redende.
As carruagens da CP, muito ‘procuradas’ pelos artistas dos grafiti e para pinturas de vandalismo, vão ter o interior decorado por seis artistas plásticos. O projeto Janela visa, por exemplo, colocar balões de conversa, popularizados nas bandas desenhadas, com frases que poderiam ser ouvidas em qualquer comboio. Nas carruagens estacionadas em Contumil já há exemplos, em vinil: “Tens medo que faça amor contigo?”, “Às vezes não falo com as pessoas para ver se sentem a minha falta” e “Sou infeliz”.
“A arte urbana é muito importante numa cidade, seja nas paredes, seja nas carruagens, e isto não vem substituir nem uma coisa nem outra”, justifica o diretor artístico do projeto, Sandro Resende, sobre o facto das carruagens já serem ‘telas’ para inúmeros grafiti e ‘tags’ (assinaturas).
“As carruagens são uma peça muito importante na indústria e até na arte. Começaram a ser pintadas nos anos 70 em Nova Iorque com grafiti. Os ‘writers’ são muito importantes na nossa sociedade”, pormenoriza o responsável, assegurando não ver “qualquer tipo de problema em que venham a ser grafitadas ou intervindas por outros artistas, até é essencial para que as coisas andem um bocadinho mais para a frente, para que não se veja a arte urbana como qualquer tipo de vandalismo, o que é uma parvoíce”.