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Comer antes de dormir é mais perigoso do que julgávamos

De acordo com um estudo, comer antes de dormir provoca um estado de alerta do organismo, estimula a produção de hormónios e aumenta o stress. Tudo o que o corpo dispensa no momento em que se prepara para dormir. Mas há mais malefícios. E o aumento do risco do cancro do esófago é um deles.

Um estudo divulgado num congresso da Sociedade Europeia de Cardiologia, e que envolveu 700 adultos, avaliou o hábito de comer antes de ir dormir e os efeitos no organismo desta prática cada vez mais enraizada.

Os hábitos das sociedades modernas estão a determinar uma alteração de comportamentos, onde a principal refeição do dia é o jantar (o almoço, mais ligeiro, é feito fora de casa), ou pelo menos a refeição da noite é cada vez mais farta.

Um estudo abordou os efeitos na saúde de comer muito antes de dormir. E os resultados estão de acordo com um conselho muito comum: devemos evitar grandes repastos pelo menos duas horas antes de nos deitarmos.

Os especialistas destacam alguns dos efeitos de comer antes de dormir. O organismo fica em estado de alerta, com produção dos hormónios associados ao stress (adrenalina, por exemplo). O ritmo cardíaco fica alterado, assim como o processo de digestão.

Ebru Ozpelit, professora de Cardiologia da Universidade de Dokuz (Turquia), que apresentou esta investigação, destaca que a vida moderna está a criar “hábitos de alimentação errados”.

Desde logo, a perda de relevância do pequeno-almoço, que deve ser vista como uma refeição essencial.

Por outro lado, assinala, a refeição perdeu regras. “Devemos definir a frequência ideal e a hora a que ingerimos alimentos”, salienta a investigadora.

“O pequeno-almoço é importante. Não podemos subestimá-lo e saltar para o almoço. Devemos fazer um jantar leve, nunca depois das 19 horas”, aconselha.

Mas há outros perigos de jantar tarde. Desde logo, o risco de resistência à insulina e maior dificuldade em perder peso, sobretudo quando há processos de dieta para o conseguir.

Sandra Hirsch, especialista em nutrição do Instituto de Nutrição e Tecnologia de Alimentos da Universidade do Chile, as refeições noturnas acarretam efeitos negativos no corpo humano.

“Quando alguém come, desenvolve-se uma série de processos metabólicos. Portanto, se eu comer e for dormir, esses mecanismos hormonais podem ter impactos negativos no organismo”, destaca, em declarações à BBC.

A obesidade pode estar relacionada com o costume de comer tarde: “Este hábito pode inibir a degradação da gordura no organismo, que é um processo natural durante a noite. Quem esta a tentar emagrecer terá maior dificuldade se jantar tarde”.

Há ainda outro efeito nefasto das refeições fartas ao jantar. O conteúdo estomacal pode regressar ao esófago, provocando acidez gástrica, náuseas, indigestões ou, em casos mais extremos, cancro do esófago.

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