“Passos emancipou-se de Vítor Gaspar” porque “ter as costas quentes” dos recentes dados económicos, os quais evidenciam “uma ligeira tendência” de retoma, afirma Marcelo Rebelo de Sousa: “este é outro Passos Coelho, renovado, um Passos Coelho do período pós-Vítor Gaspar”.
Os recentes dados económicos, que apontam no sentido da retoma, permitem a Passos Coelho adotar um novo discurso, resumiu ontem Marcelo Rebelo de Sousa. No entender do comentador político, o primeiro-ministro aproveitou para se distanciar de Vítor Gaspar, o ex-ministro das Finanças associado à austeridade imposta pela troika.
“Este é outro Passos Coelho”, explicou, no comentário de ontem para a TVI: “este é um Passos Coelho renovado, um Passos Coelho do período pós-Vítor Gaspar”. “É um outro homem, que emancipou-se de Gaspar. Está mais à vontade”, como o prova o factor de conseguir “criticar algumas instituições como o FMI, por exemplo”, complementou.
Essas críticas baseiam-se por ter “as costas quentes” graças aos recentes dados económicos e porque a Europa não pode permitir uma ‘segunda Grécia’: “a União Europeia vai fazer de tudo para que Portugal seja um caso de sucesso, vai esperar que acabe bem o período de ajustamento e comece bem o programa cautelar”.
Esse “outro” Passos Coelho já foi visível na recente entrevista à TVI e TSF, segundo Marcelo, apesar do discurso “muito cuidadoso” e de uma postura em que “jogou muito à defesa”.
Para além do primeiro-ministro, o comentador político abordou o recente acordo para a coligação que vai formar Governo na Alemanha. “É bom haver acordo e governo alemão, mas não tenhamos ilusões excessivas. Não se espere que seja uma maravilha para Portugal”, alertou.
