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Costa sublinha que “projeções otimistas” do FMI não se devem “aos astros”

O primeiro-ministro defendeu hoje que as “projeções otimistas” do FMI para o crescimento económico de Portugal “não se devem aos astros” mas à capacidade de trabalho e iniciativa dos industriais portugueses e à “excelência dos recursos humanos”.

“Não deixa de ser significativo, mas por razões que não se devem aos astros mas por razões que se devem à capacidade de trabalho e iniciativa dos nossos industriais, excelência dos nossos recursos humanos que faz atrair para Portugal investimento estrangeiro que seguramente há alguns anos atrás não viria procurar Portugal”, salientou António Costa, em Guimarães, à margem da apresentação de uma plataforma de vendas ‘online’ que agrega cerca de 10 marcas de calçado.

O Fundo Monetário Internacional (FMI) reviu hoje em alta a estimativa de crescimento da economia portuguesa deste ano para 2,4 por cento, uma previsão que fica ligeiramente acima do estimado pelo Governo, que prevê que a economia portuguesa cresça 2,3 por cento no conjunto deste ano, segundo o Programa de Estabilidade 2018-2022 entregue na sexta-feira à Assembleia da República.

“Assentam [as projeções do FMI] naquilo que é a realidade da economia portuguesa. Podemos ver hoje a indústria do calçado a abrir esta nova plataforma online, o facto de termos assistidos ainda há pouco na BIAL à inauguração de um novo laboratório, de investidores internacionais como a Volkswagen terem anunciado que vão abrir em Portugal um centro de desenvolvimento do seu software”, referiu António Costa.

Para Costa, as previsões do FMI “são boas notícias” num dia que o primeiro-ministro afirmou ter simbolismo para Portugal: “Queria dizer que este é um dia importante e particularmente simbólico para a Economia portuguesa, é simbólico porque o FMI veio apresentar projeções das nossa Economia mais otimistas até do que um governo que é habitualmente tido por bastante otimistas”, apontou.

No entanto, para o próximo ano, o FMI mostra-se menos otimista do que o executivo liderado por António Costa, mantendo a estimativa de crescimento do PIB em 1,8 por cento.

Por outro lado, o Fundo está mais otimista do que o Governo no que diz respeito à redução do desemprego, estimando que fique abaixo dos 7 por cento já em 2019, um ano mais cedo.

No ‘World Economic Outlook’ (WEO), o FMI prevê que a taxa de desemprego desça para 7,3 por cento este ano e para 6,7 por cento no próximo.

O Governo, por sua vez, antecipa que a taxa de desemprego se reduza para 7,6 por cento este ano e para 7,2 por cento no próximo, descendo para 6,8 por cento em 2020, para 6,5 por cento em 2021 e para 6,3 por cento em 2022.

Ao contrário do executivo, o FMI estima que saldo da balança corrente se deteriore, representando um excedente de 0,2 por cento do PIB este ano e um défice de 0,1 por cento do PIB em 2019.

No Programa de Estabilidade, prevê-se que o excedente da balança corrente cresça para 0,7 por cento do PIB este ano, mantendo-se nesse valor até 2020 e reduzindo-se até 0,4 por cento do PIB em 2022.

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