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Costa defende que cumpriu todos acordos à esquerda

O secretário-geral do PS considera que o Governo cumpriu todos os compromissos que assumiu com os parceiros de esquerda parlamentar, mas adverte que o grande desígnio é tornar sustentável o atual ciclo de crescimento e emprego.

Estas são duas das linhas políticas inscritas na moção de orientação política que António Costa irá apresentar ao Congresso Nacional do PS, que se realizará entre 25 e 27 de maio na Batalha, distrito de Leiria.

Intitulada “Geração 20/30”, na moção do líder socialista manifesta-se apoio político à atual solução governativa, embora não haja uma única referência específica ao Bloco de Esquerda, ao PCP e ao PEV, os partidos que suportam o atual Governo.

“Cumprimos e estamos a cumprir tudo aquilo com que nos comprometemos perante os portugueses e perante os nossos parceiros parlamentares. E se hoje os resultados são melhores é porque boas políticas dão bons resultados”, sustenta-se no documento, que foi coordenado pela secretária de Estado e dirigente socialista Mariana Vieira da Silva.

Na moção de António Costa é sublinhado que “a política de devolução de rendimentos levou a um aumento da confiança que deu um impulso decisivo à recuperação da economia”.

“O crescimento de 2,7 por cento do PIB (Produto Interno Bruto) registado em 2017 foi o maior deste século, o rendimento real das famílias aumentou 4,7 por cento em dois anos, o investimento cresceu 9,1 por cento em 2017 e há hoje menos 80 mil pessoas em situação de pobreza”, refere-se.

No entanto, a seguir, já no capítulo das conclusões, o líder socialista frisa que “o grande desígnio que o PS deve assumir na entrada da terceira década do século XXI é o de consolidar a recuperação económica e social conseguida nos últimos anos”.

Para António Costa, os próximos governos têm de “criar condições para prolongar e tornar sustentável o ciclo de crescimento da riqueza e do emprego”.

“Trata-se, por um lado, de fortalecer de forma estrutural as condições para o país responder aos desafios contemporâneos e, por outro, de reduzir de modo igualmente sustentado os impactos negativos nas nossas economia e sociedade de ciclos desfavoráveis da envolvente internacional”, sublinha-se.

No plano puramente político, apesar de se destacar a importância do próximo ciclo eleitoral com europeias e legislativas em 2019, tal como se esperava, não é feita qualquer referência sobre o resultado que os socialistas ambicionam alcançar nestes atos eleitorais e muito menos consta uma ideia de maioria absoluta como condição essencial de Governo.

Pelo contrário, o secretário-geral do PS considera que, nestes últimos dois anos e meio, foi possível “construir uma alternativa que provou ser estável e coerente, que rompeu o conceito de ?arco da governação’ e acabou com o tabu das soluções governativas com apoio maioritário da esquerda, assim enriquecendo a democracia”.

“Ao longo destes dois anos e meio o Governo do PS foi cumprindo os compromissos que assumiu no seu programa eleitoral, primeiro, e no Programa do Governo, depois, nas diferentes áreas”, advoga-se no documento, antes de nele se elencarem dezenas de medidas tomadas pelo atual executivo, desde a reposição de salários, à reversão de privatizações, até à área da fiscalidade, passando pelas leis laborais, cultura e ciência.

No primeiro capítulo da moção, é feita uma referência às eleições regionais deste ano na Madeira, em relação às quais a direção dos socialistas não estabelece qualquer meta eleitoral específica.

“A expectativa do PS é oferecer uma solução de Governo estável e duradoura aos madeirenses, em consequência de um projeto político abrangente envolvendo a sociedade madeirense”, aponta-se.

A moção de António Costa concentra-se sobretudo em “quatro desafios estratégicos e de impacto transversal para o futuro: as alterações climáticas, a demografia, a sociedade digital e as desigualdades”.

“Estes temas não esgotam a resposta à construção do futuro, mas colocam o PS na dianteira do debate sobre o futuro. O PS pode agora preparar de forma participada e aprofundada o programa eleitoral com que se apresentará às eleições legislativas de 2019”, defende-se na moção.

O próximo ciclo eleitoral, segundo o secretário-geral do PS, “é da maior importância para o país”.

“Virada a página da austeridade, será neste novo ciclo que se irão reforçar as condições para que Portugal vença os desafios estratégicos da próxima década”, adverte António Costa.

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