Economia

Corte de rating da Fitch a Portugal faz subir taxas de juro no mercado da dívida

fitchElogios a Portugal feitos pela Fitch vêm acompanhados de um corte do rating, que provocaram uma subida das taxas de juro e agitaram os mercados de dívida. Segundo a agência de notação financeira, Portugal terá de somar mais medidas de austeridade sobre aquelas que o Governo já tem inscritas no Orçamento de Estado.

Entre elogios a Passos Coelho e apelos a mais medidas de austeridade, a Fitch traça um quadro positivo para Portugal, mas só à custa de um esforço adicional de trabalhadores e contribuintes, que terão de sofrer na pele novas opções duras. Em comunicado, a agência de notação financeira considera que só desse modo a meta dos 5,9 por cento do défice será atingida.

Num comunicado, a agência sustenta que a maioria governativa terá de ser mais rigorosa e chegar mais além na redução da despesa, emagrecendo a máquina do Estado, e no aumento da receita. A Fitch acredita que Portugal atingirá a meta do défice, mas só com um esforço suplementar, como, por exemplo, a transferência do fundo de pensões da banca para o Estado.

Passos Coelho é saudado por denotar um “forte empenho” em cumprir com o memorando de entendimento da troika, mas o empenho do primeiro-ministro, em 2012, terá de ser transformado em aplicação de medidas impopulares.

Numa análise à proposta de Orçamento de Estado para 2012, que o Governo apresenta, a Fitch realça a “redução significativa da despesa”. A agência de notação aplaude, no mesmo comunicado, os cortes de “pensões e salários”.

As más notícias surgem a seguir. Apesar dos elogios e perspetivas otimistas, a agência decidiu baixar o rating de Portugal, hoje, colocando-a num nível considerado lixo: BB+. Esta redução de rating pode repetir-se, nos tempos que se seguem.

A recessão portuguesa, que deverá durar até 2013, “dificultará a execução do plano de redução do défice”, considera a Fitch, lembrando que essa realidade “terá impacto negativo na qualidade dos ativos da banca”.

Portugal enfrenta um cenário de dificuldade em controlar a despesa e, consequentemente, “um grande risco de derrapagem”.

Em destaque

Subir