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Corre nas 24 Horas de Le Mans… sem braços nem pernas

Há um piloto a competir nas 24 Horas de Le Mans que se destaca dos demais. Fréderic Sausset é quadriamputado e tornou-se numa das sensações da mítica prova de resistência. Mesmo sem braços nem pernas, o francês vai competir a bordo de um Morgam-Nissan LMP2.

Quando alguém sofre de uma doença degenerativa que ‘rouba’ os movimentos, obrigando à amputação de um dos membros, o ‘normal’ acaba por ser uma auto-reclusão. Quando alguém desafia este ‘establishment’, como o italiano Alessandro Zanardi (que perdeu metade das pernas), o feito é destacado como um exemplo de superação.

O que dizer, então, de um piloto que, sem braços, nem pernas ousa participar numa mítica prova de resistência, as 24 Horas de Le Mans?

Pode não acreditar, mas esse exemplo de superação e amor ao desporto motorizado existe mesmo. Chama-se Fréderic Sausset, tem 47 anos e uma doença degenerativa tornou-o num quadriamputado.

“Provei que posso ser parte das 24 Horas de Le Mans”, adiantou o piloto, que vai competir com um Morgam-Nissan LMP2 na categoria ‘Garagem 56’, destinada a protótipos.

Mais do que a velocidade que poderá atingir, Fréderic Sausset quer aproveitar a oportunidade de participar numa prova mítica para demonstrar que as limitações físicas não devem limitar a vida, para além de servir como um alerta para as dificuldades que os deficientes encontram habitualmente.

Na entrevista ao DailySportsCar, o francês, que faz equipa com Christophe Tinseau e Jean-Bernard Bouvet, lembrou que a oportunidade de participar em Le Mans surgiu porque nunca desistir do desporto, tendo participado em várias provas realizadas em França.

“É óbvio que estava muito tenso, já que é um marco importante para o nosso projeto, e eu sabia que as pessoas estavam à espera de ver como me ia comportar na pista. No domingo à noite [após os testes oficiais], recebi um telefonema do Vincent Beausmenil a dizer que eu estava ‘pronto’ para correr”, revelou Fréderic Sausset.

Nos primeiros testes, o piloto sem braços nem pernas realizou um tempo de 3:48.253, o pior dos protótipos em competição.

“Foi bom”, garantiu o piloto sem pernas nem braços: “Estava mais preocupado em não causar problemas a outros, até porque o diferencial de velocidade com o nosso carro é muito grande”.

 

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