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Convocado conselho nacional de partido opositor de São Tomé mas direção demarca-se

A comissão de gestão do Ação Democrática Independente (ADI, na oposição em São Tomé e Príncipe) convocou para sábado uma reunião do conselho nacional, da qual a nova direção já garantiu que estará ausente.

A comissão de gestão do ADI convocou para este sábado um conselho nacional, a realizar na capital são-tomense, cujo objetivo fundamental é a reconciliação entre as duas alas desavindas do partido.

A antecipar o evento, a comissão de gestão, liderada por José da Graça Diogo, publicou nas redes sociais uma carta onde retira, nos tribunais, uma queixa-crime interposta contra vários membros da nova direção do partido, a quem acusava de violar os estatutos do ADI.

Na carta dirigida ao procurador-geral da República são-tomense, data de 29 de julho, a comissão de gestão anuncia a intenção de desiste da “queixa-crime por difamação, falsificação de documentos e uso de documentos de identificação alheios”.

“Nesta data, inexistem as razões objetivas e subjetivas que deram lugar a este posicionamento, pelo que tendo sido iniciado internamente um processo de resolução das querelas, deixou de ter qualquer interesse o prosseguimento do procedimento solicitado”, refere a carta, assinada por José Diogo.

A queixa-crime visava o presidente do partido, Agostinho Fernandes, e mais 13 elementos da sua direção, eleita em final de maio num congresso contestado pela comissão de gestão.

Agostinho Fernandes classificou hoje de “farsa” a reunião e garantiu que a nova direção do partido não participará no evento.

“A direção do partido não tomará parte neste ato, apesar de estarmos disponíveis para a reconciliação, que deve ser feita com maturidade e não com o mesmo nível de infantilidade que temos vindo a assistir”, disse à Lusa.

De acordo com o presidente do partido, “a reconciliação faz-se conversando e em nenhum momento houve qualquer contacto entre a comissão de gestão, que está extinta, e a nova direção para efeito de reconciliação ou realização da reunião magna do partido”.

“A reconciliação passa pela negociação, pela conversa entre as pessoas”, sublinhou.

O líder do ADI lembrou que depois da eleição de 25 de maio, a nova direção “se disponibilizou para um novo congresso, para que todos aqueles que eventualmente não tiveram oportunidade, coragem ou vontade de participar no primeiro congresso pudessem participar para que saísse uma direção que fosse a mais consensual possível”, mas tal não aconteceu.

“A maturidade obriga que as pessoas que de facto querem a reconciliação possam sentar-se, falar e encontrar a melhor forma para se reconciliar. Ela não pode ser unilateral, tomando decisões unilaterais, que ignoram a nova direção do partido e violam completamento os estatutos do ADI”, referiu Agostinho Fernandes.

A Lusa tentou contactar a comissão de gestão, mas sem sucesso.

O ADI esteve no poder no anterior mandato (2014-2018), num executivo chefiado por Patrice Trovoada, que anunciou a sua suspensão da liderança do partido em novembro passado, após ter falhado a formação de um executivo, na sequência das eleições legislativas de outubro de 2018, que venceu com maioria relativa.

O Presidente da República acabaria por dar posse, em dezembro a um Governo liderado por Jorge Bom Jesus, apoiado no parlamento pelo Movimento de Libertação de São Tomé e Príncipe – Partido Social-Democrata (MLSTP-PSD) e coligação PCD-UDD-MDFM, após estas forças, respetivamente a segunda e terceira mais votadas nas legislativas, terem feito uma coligação pós-eleitoral.

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